Filho: Pai, o que é o Natal?
Pai: O Natal vem da mitologia cristã, cujas bases remontam há muito, muito tempo atrás. A sua existência é mais antiga do que o tempo em que o Benfica era glorioso e Portugal era um país respeitado e com iniciativa. Nessa época existia um carpinteiro de nome Zé, cuja mulher Maria engravidou sem que este lhe tocasse. A falta de capacidade de Maria de explicar tal milagre, obrigava a rapariga a descoser-se antes em desculpas esfarrapadas e em fugas subtis. Quando confrontada com a pergunta “A quem pertence a criança, Maria?”, a resposta era “Adeus! Adeus!”, o que levou a que uns anos mais tarde se pensasse que o rapazinho era uma espécie de messias.
Obviamente, as mentiras apenas resultam uma determinada quantidade de tempo, e como mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo, na via das dúvidas e não fosse a rapariga fazer uma ninhada de messias, o Zé além de a acusar de mentir ainda a pôs a coxear, motivo pelo qual se inventou uma nova palavra: “Banzé”. Esta palavra mais não era do que alcunha que a populaça deu ao Zé depois de este puxar a roupa ao pêlo à Maria…
A criança chamava-se Jesus. O pai tentou fazer dele um carpinteiro, mas este andava metido com uma dúzia de moços meio estranhos e resolveu fazer-se ilusionista. Entre os seus grandes sucessos encontram-se andar sobre a água, multiplicar pães, fazer andar paralíticos e curar um cego. À semelhança de Houdini, acabou por morrer em pleno palco, num truque em que o objectivo era libertar-se de uma cruz onde tinha sido pregado. Ao que parece, a sua assistente Judas terá tido parte da culpa, uma vez que tinha resolvido fazer greve (a conselho do PCP) por só receber 30 euros por mês. Jesus ficou especialmente triste porque uns dias antes tinham andado aos beijos… O facto de se baptizar as crianças numa pia, assim como o facto de se chamar cruz, levou o apresentador Carlos Cruz a somar dois e dois (ou em Latim, Bi-Bi) e ir à Casa Pia à procura do menino, mas isso é outra história…
Filho: Então e o Pai Natal?
Pai: Quando eu era petiz, não se falava muito do Pai Natal oferecer prendas, quem as trazia era o menino Jesus... o que me leva a pensar que o Pai Natal terá roubado as prendas ao moço.
Há quem diga que o Pai Natal é o Manuel Alegre ou o Pacheco Pereira. Estes são uma espécie de gémeo bom e gémeo mau, com a diferença que nenhum presta para nada. Um é poeta, o outro é pateta, um é um inútil, o outro é pouco útil, um é canhoto, outro é dextro, ambos escrevem umas coisas, ambos têm barbas brancas e nenhum dos dois faz nada que se veja durante o ano. O facto do Manuel Alegre estar a aproximar-se mais da esquerda, leva-me a crer que em breve estará a vestir um fato vermelho, portanto se tivesse que apostar, apostava que é ele o Pai Natal. Agora vai dormir que o Manuel Alegre deve estar a chegar.
Filho: Pai, tenho medo do Pai Natal…
Pai: Todos temos filho, todos temos…
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Carolina de Natal
quinta-feira, dezembro 11, 2008
That's all, folks
Fará por estes dias um ano (mais coisa, menos coisa) em que dando somente ouvidos à gula, com as mãos suadas e a tremer, saquei do cartão de débito e ofereci a mim próprio pela módica quantia de uma nota preta, uma caixa da mesma cor contendo dois volumes carregadinhos de DVDs e o Coffe Table Book.
Para quem acabou de chegar de uma galáxia muito, muito distante de há muito tempo atrás, estou somente a divagar sobre uma das mais populares e premiadas sitcoms dos Estados Unidos, e um verdadeiro fenómeno mundial que apesar de ter estreado em 1989, só chegou a Portugal uma década depois, pela mão da TVI, já dois anos depois de ter terminado…
A primeira (e única) série sobre “nada” girava à volta de 4 personagens principais - Jerry Seinfeld, George Costanza, Cosmo Kramer e Elaine Benes - que tinham como ponto de referência a casa do primeiro e o restaurante da esquina. Criada por Larry David e pelo próprio Jerry Seinfeld, esta foi a série que permitiu à NBC sobreviver ao final do Cheers e atingir níveis de audiências dos quais nunca mais chegou perto. Com um estilo de comédia totalmente inovador para a época, tocando em assuntos que ainda chocavam meio mundo (aborto, masturbação, homossexualismo, racismo, religião, holocausto, poligamia, cancro, deficiência, relações inter-raciais, prostituição, emigração, etc…), ainda que nunca de forma explícita ou ofensiva, recorrendo sempre a analogias e eufemismos, ao bom estilo do stand-up de Seinfeld: “Já repararam que…”, a série cresceu até se tornar num fenómeno sem precedentes.
Não obstante a qualidade da narrativa e os orçamentos terem aumentado de época para época, a série terminou inesperadamente no final do 9º ano por decisão mútua dos quatro elementos, numa altura em que o próprio Larry David já tinha abandonado, esgotados que estavam do processo criativo que a envolvia, e ignorando as quantias surreais que a NBC estava disposta a oferecer para que se fizesse mais uma época. O choque provocado pelo fim inesperado da série foi de tal forma que fez capa dos principais jornais e revistas americanas, levando a uma loucura generalizada em que se oferecia prémios exorbitantes para quem se chegasse à frente com a “estória” do último episódio antes de este ser estreado.
Ao contrário de muitas outras sitcoms que fizeram história, Seinfeld saiu em alta.
O pack contém a série completa, cenas não incluídas, entrevistas e histórias de guerra sobre o processo criativo, e outros extras menos relevantes. Neste natal, em vez de deitarem dinheiro à rua com putos ranhosos, parentes ingratos e amigos interesseiros, façam um pé-de-meia com o que receberem dos anteriormente citados e estourem essa massa nesta espantosa colecção.
Eis um exemplo do que estou a falar:
"According to most studies, people's number one fear is public speaking. Number two is death. Death is number two. Does that sound right? This means to the average person, if you go to a funeral, you're better off in the casket than doing the eulogy."
Jerry Seinfeld
domingo, dezembro 07, 2008
Nostalgia - Parte 2
P: How much wood would the woodchuck chuck, if the woodchuck could chuk wood?
R: The woodchuck won't chuck wood, couse the woodchuk can't chuck wood...
P: But if the woodchuck could chuck wood, and if the woodchuck would chuk wood, how much wood would the woodchuck chuck?
Por íncrivel que pareça, e pareço, sei esta lenga-lenga de cor, fruto de tempos bem passados frente a um jogo de computador de nome Monkey Island. Seguindo esta ideia, dei por mim a pensar que outras coisas ainda saberia sem ter que pensar muito.
Segue a seguinte lista ilustrativa e não exaustiva:
- A música e personagens da rua sésamo
- O inicio do Moby Dick
- O refrão principal do Dartacão
- A música e o nome das tartarugas ninja, especialidades, cores, etc.
- A música e grande parte do plot dos transformers
- A intro do Smash dos Offspring (Susaninha, sabes esta?)
- Músicas das colónias de férias e afins
- O nome de amigos da minha infância que já não vejo há 20 anos
- Apanhar uma piela com uns 5 ou 6 anos
- O meu primeiro acampamento
- Excertos da bíblia
- "Ó soia toia poia"
- Os nomes d'Os cinco
E assim de repente, qual é a coisa mais estranha que vocês se recordam?
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Preto no branco
Seguindo essa corrente de pensamento, recusei-me a tocar no assunto Obama enquanto esse mesmo assunto não esfriou. Uma vez atingidos os zero graus, só tenho 3 pontos a recordar:
1. Recordo-me vagamente de ver um filme com meteoritos em queda, em que o presidente era um negro: Morgan Freeman. Portanto, dejá vú.
2. Recordo-me vagamente de alguém comentar, "como se os Americanos alguma vez elegessem um negro como presidente...". Ora toma!
3. Recordo-me vagamente que esse mesmo negro, num outro filme, encarnou o papel de Deus. Mas o Papa que se preocupe com isso.
Enfim, depois de um Presidente negro, só falta uma mulher presidente, e depois uma mulher negra presidente, e depois, talvez quem sabe, se deixem destas tretas de branco e negro, e se preocupem em eleger quem realmente perceba do assunto...
p.s. dois posts seguidos a falar do Papa, a minha avozinha ficaria orgulhosa.