Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Carolina de Natal

Filho: Pai, o que é o Natal?

Pai: O Natal vem da mitologia cristã, cujas bases remontam há muito, muito tempo atrás. A sua existência é mais antiga do que o tempo em que o Benfica era glorioso e Portugal era um país respeitado e com iniciativa. Nessa época existia um carpinteiro de nome Zé, cuja mulher Maria engravidou sem que este lhe tocasse. A falta de capacidade de Maria de explicar tal milagre, obrigava a rapariga a descoser-se antes em desculpas esfarrapadas e em fugas subtis. Quando confrontada com a pergunta “A quem pertence a criança, Maria?”, a resposta era “Adeus! Adeus!”, o que levou a que uns anos mais tarde se pensasse que o rapazinho era uma espécie de messias.

Obviamente, as mentiras apenas resultam uma determinada quantidade de tempo, e como mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo, na via das dúvidas e não fosse a rapariga fazer uma ninhada de messias, o Zé além de a acusar de mentir ainda a pôs a coxear, motivo pelo qual se inventou uma nova palavra: “Banzé”. Esta palavra mais não era do que alcunha que a populaça deu ao Zé depois de este puxar a roupa ao pêlo à Maria…

A criança chamava-se Jesus. O pai tentou fazer dele um carpinteiro, mas este andava metido com uma dúzia de moços meio estranhos e resolveu fazer-se ilusionista. Entre os seus grandes sucessos encontram-se andar sobre a água, multiplicar pães, fazer andar paralíticos e curar um cego. À semelhança de Houdini, acabou por morrer em pleno palco, num truque em que o objectivo era libertar-se de uma cruz onde tinha sido pregado. Ao que parece, a sua assistente Judas terá tido parte da culpa, uma vez que tinha resolvido fazer greve (a conselho do PCP) por só receber 30 euros por mês. Jesus ficou especialmente triste porque uns dias antes tinham andado aos beijos… O facto de se baptizar as crianças numa pia, assim como o facto de se chamar cruz, levou o apresentador Carlos Cruz a somar dois e dois (ou em Latim, Bi-Bi) e ir à Casa Pia à procura do menino, mas isso é outra história…

Filho: Então e o Pai Natal?

Pai: Quando eu era petiz, não se falava muito do Pai Natal oferecer prendas, quem as trazia era o menino Jesus... o que me leva a pensar que o Pai Natal terá roubado as prendas ao moço.

Há quem diga que o Pai Natal é o Manuel Alegre ou o Pacheco Pereira. Estes são uma espécie de gémeo bom e gémeo mau, com a diferença que nenhum presta para nada. Um é poeta, o outro é pateta, um é um inútil, o outro é pouco útil, um é canhoto, outro é dextro, ambos escrevem umas coisas, ambos têm barbas brancas e nenhum dos dois faz nada que se veja durante o ano. O facto do Manuel Alegre estar a aproximar-se mais da esquerda, leva-me a crer que em breve estará a vestir um fato vermelho, portanto se tivesse que apostar, apostava que é ele o Pai Natal. Agora vai dormir que o Manuel Alegre deve estar a chegar.

Filho: Pai, tenho medo do Pai Natal…

Pai: Todos temos filho, todos temos…

quinta-feira, dezembro 11, 2008

That's all, folks

Fará por estes dias um ano (mais coisa, menos coisa) em que dando somente ouvidos à gula, com as mãos suadas e a tremer, saquei do cartão de débito e ofereci a mim próprio pela módica quantia de uma nota preta, uma caixa da mesma cor contendo dois volumes carregadinhos de DVDs e o Coffe Table Book.

Para quem acabou de chegar de uma galáxia muito, muito distante de há muito tempo atrás, estou somente a divagar sobre uma das mais populares e premiadas sitcoms dos Estados Unidos, e um verdadeiro fenómeno mundial que apesar de ter estreado em 1989, só chegou a Portugal uma década depois, pela mão da TVI, já dois anos depois de ter terminado…

A primeira (e única) série sobre “nada” girava à volta de 4 personagens principais - Jerry Seinfeld, George Costanza, Cosmo Kramer e Elaine Benes - que tinham como ponto de referência a casa do primeiro e o restaurante da esquina. Criada por Larry David e pelo próprio Jerry Seinfeld, esta foi a série que permitiu à NBC sobreviver ao final do Cheers e atingir níveis de audiências dos quais nunca mais chegou perto. Com um estilo de comédia totalmente inovador para a época, tocando em assuntos que ainda chocavam meio mundo (aborto, masturbação, homossexualismo, racismo, religião, holocausto, poligamia, cancro, deficiência, relações inter-raciais, prostituição, emigração, etc…), ainda que nunca de forma explícita ou ofensiva, recorrendo sempre a analogias e eufemismos, ao bom estilo do stand-up de Seinfeld: “Já repararam que…”, a série cresceu até se tornar num fenómeno sem precedentes.

Não obstante a qualidade da narrativa e os orçamentos terem aumentado de época para época, a série terminou inesperadamente no final do 9º ano por decisão mútua dos quatro elementos, numa altura em que o próprio Larry David já tinha abandonado, esgotados que estavam do processo criativo que a envolvia, e ignorando as quantias surreais que a NBC estava disposta a oferecer para que se fizesse mais uma época. O choque provocado pelo fim inesperado da série foi de tal forma que fez capa dos principais jornais e revistas americanas, levando a uma loucura generalizada em que se oferecia prémios exorbitantes para quem se chegasse à frente com a “estória” do último episódio antes de este ser estreado.

Ao contrário de muitas outras sitcoms que fizeram história, Seinfeld saiu em alta.

O pack contém a série completa, cenas não incluídas, entrevistas e histórias de guerra sobre o processo criativo, e outros extras menos relevantes. Neste natal, em vez de deitarem dinheiro à rua com putos ranhosos, parentes ingratos e amigos interesseiros, façam um pé-de-meia com o que receberem dos anteriormente citados e estourem essa massa nesta espantosa colecção.

Eis um exemplo do que estou a falar:

"According to most studies, people's number one fear is public speaking. Number two is death. Death is number two. Does that sound right? This means to the average person, if you go to a funeral, you're better off in the casket than doing the eulogy."

Jerry Seinfeld

domingo, dezembro 07, 2008

Nostalgia - Parte 2

P: How much wood would the woodchuck chuck, if the woodchuck could chuk wood?

R: The woodchuck won't chuck wood, couse the woodchuk can't chuck wood...

P: But if the woodchuck could chuck wood, and if the woodchuck would chuk wood, how much wood would the woodchuck chuck?

Por íncrivel que pareça, e pareço, sei esta lenga-lenga de cor, fruto de tempos bem passados frente a um jogo de computador de nome Monkey Island. Seguindo esta ideia, dei por mim a pensar que outras coisas ainda saberia sem ter que pensar muito.

Segue a seguinte lista ilustrativa e não exaustiva:

  1. A música e personagens da rua sésamo
  2. O inicio do Moby Dick
  3. O refrão principal do Dartacão
  4. A música e o nome das tartarugas ninja, especialidades, cores, etc.
  5. A música e grande parte do plot dos transformers
  6. A intro do Smash dos Offspring (Susaninha, sabes esta?)
  7. Músicas das colónias de férias e afins
  8. O nome de amigos da minha infância que já não vejo há 20 anos
  9. Apanhar uma piela com uns 5 ou 6 anos
  10. O meu primeiro acampamento
  11. Excertos da bíblia
  12. "Ó soia toia poia"
  13. Os nomes d'Os cinco

E assim de repente, qual é a coisa mais estranha que vocês se recordam?

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Preto no branco

É sem demasiada vergonha que confesso ser pouco dado a participação em folias plebéias. Tudo o que é popular rapidamente assumo como pouco interessante, afinal de contas sou um ser de excepção.

Seguindo essa corrente de pensamento, recusei-me a tocar no assunto Obama enquanto esse mesmo assunto não esfriou. Uma vez atingidos os zero graus, só tenho 3 pontos a recordar:

1. Recordo-me vagamente de ver um filme com meteoritos em queda, em que o presidente era um negro: Morgan Freeman. Portanto, dejá vú.

2. Recordo-me vagamente de alguém comentar, "como se os Americanos alguma vez elegessem um negro como presidente...". Ora toma!

3. Recordo-me vagamente que esse mesmo negro, num outro filme, encarnou o papel de Deus. Mas o Papa que se preocupe com isso.

Enfim, depois de um Presidente negro, só falta uma mulher presidente, e depois uma mulher negra presidente, e depois, talvez quem sabe, se deixem destas tretas de branco e negro, e se preocupem em eleger quem realmente perceba do assunto...

p.s. dois posts seguidos a falar do Papa, a minha avozinha ficaria orgulhosa.

terça-feira, novembro 25, 2008

Palavra do senhor

Ao avistar uma papina,
o papa começou o bate-papo.
O papa deu-lhe uma papoila,
e pediu à papona pa pô-la numa jarra.

A papona apalpou o papa,
que excitado, virou papão.
O papa papou o papo da papina,
e assim foram de vento em popa.

Desse papamento, nasceram papooses,
uma papinha e um papinho.
Ambos papam pápas
que o papá papa dá a papar.

A papina não recuperou,
ficou tão papona
que o papa não mais a papou...

Oremos irmãos



quarta-feira, novembro 19, 2008

Heil Manuela

Contrariamente à vox populi, tenho por convicção que Manuela Ferreira Leite é um verdadeiro génio das ciências políticas. É uma comunicadora nata, pragmática e populista, e possivelmente a única política do mundo que se preocupa em saber o que o povo quer ouvir e que realmente gere a sua imagem de acordo com essas expectativas.

Atenta ao mundo em redor, e seguindo a tendência de maior protagonismo das mulheres na política, evidenciado pela chanceler Alemã Angela Merkl e pela Senadora de Nova Iorque Hillary Clinton, e mais recentemente pela governadora do Alasca e candidata a Vice-Presidente Sarah Palin (mulher inteligentíssima), Manuela Ferreira, soube que esta era a altura ideal para saltar para as luzes da ribalta.

Obviamente, Manuela sabia que para derrotar um clássico da filosofia Grega, era preciso mais, muito mais.

Verdadeira mulher do mundo, culta e moderna, Manela não estava a dormir na forma quando Salazar foi eleito o maior Português de todos os tempos, e em recente aparição pública, inteligentemente fez a colagem a esta adorada figura popular - http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1046189. Trocado por miúdos, o que estava a ser comunicado ao país era que ela é mais do que uma simples mulher, é um Salazar com glândulas mamárias e peruca.

Acredito que não irá ficar por aqui, e tendo em conta as recentes eleições Americanas, não ficaria espantado que a Mané aparecesse com um bronzeado reforçado e uma carapinha de meter inveja.

domingo, novembro 09, 2008

Sintomático

Para os leigos na matéria da psico-medicina, determinadas maleitas poderão parecer fruto da imaginação demasiado estimulada de quem delas padece, levando a que os enfermos sofram a dupla chaga de ter que viver com a moléstia e com o desprezo de quem não está capacitado ou disposto a compreender.

Alguns exemplos, disso são:
  1. O Sindroma de Tourette, que em traços gerais leva o paciente a berrar impropérios sem motivo aparente;
  2. O Sindroma de Capgras, que faz com que após sofrer uma desilusão com o cônjuge, com os pais ou com qualquer outro parente, a pessoa passa a acreditar que estes foram raptados e substituídos por impostores. O sintoma por vezes volta-se contra a própria vítima: que ao olhar-se no espelho, também acredita que está vendo a imagem de um farsante;
  3. O Sindroma do sotaque estrangeiro, em que após sofrer uma pancada ou qualquer outro tipo de lesão no cérebro, as vítimas desse distúrbio passam a falar com sotaque francês… ou italiano… ou espanhol. A língua varia, mas, na maioria dos casos, as vítimas desconhecem o novo idioma.

Pessoalmente, levo as 3 maleitas supra-citadas bastante a sério, até porque sofro de “ambas as 3”* em simultâneo (além de variadas outras já referidas ao longo de 2 anos de blog).Passo a explicar: por algum motivo, aquando de desaires amorosos, arranjei o seguinte modo de fazer recuperar da desilusão - Cabeçadas de força na parede. Violento processo pelo qual é possibilitada a gradual substituição da dor emocional pela dor física, e a dor de corno pela dor de cabeça.

Infelizmente, o acumular de desilusões – e de cabeçadas - resultou em que agora, de cada vez que olho para o espelho, desato a berrar impropérios com sotaque angolano devido ao facto de estranhar o facto de não ver um individuo de tez negra no reflexo.


*Simão Sabrosa dixit

segunda-feira, novembro 03, 2008

Muda de vida

Não fosse as linhas que agora escrevo, e amanhã faria um mês que nada postava. Contudo, e ao ao contrário do que poderão ter pensado, não, não abandonei o Blog.

Então o que se passou?

Pois bem, mudei de vida, ou quase, na realidade mudei de emprego. Saltei da pequena IMS Health para a gigante Deloitte e ofereci à minha pessoa um presente de assinatura: duas semanas a explorar a Tailândia com um amigo de longa data, uma semana em Vezena/Roma com a namorada, ainda deu para ir a casa ver a mamã e o papá e ainda para ficar uns dias a não fazer nenhum na minha base de operações em Bruxelas.

O Blog ficou em suspenso, não por falta de ideias, mas por estar ainda a sofrer de uma lanzeirice que me impede de mexer uma palha de cada vez que chego a casa. Ah, e as primeiras duas semanas de Deloitte já deram para umas noitadas e um fim-de-semana de trabalho.

Por isso, tenham dó. Enquanto esperam por mais um disparate, deleitem-se com este momento verdadeiramente genial.

Contexto: Iamos a meio da nossa estadia na Tailândia, e após 3 dias passados na selva, resolvemos alugar um par de scooters para conhecermos as zonas mais inacessíveis da cidade de Chiang Mai. Um tempo porreiro e uma estrada decente colina acima, tornaram-se repentinamente numa chuva tropical numa estrada esburacada ribanceira abaixo. O resultado foi o meu caro amigo incorrer no segundo desastre de mota da sua carreira. Não foi grave, mas resultou numas feridas feias, o que na zona em que nos encontrámos ajudou a piorar o cenário. Os primeiros socorros locais estavam longe de ser os ideais, o que resultou neste hilariante vídeo:




quinta-feira, setembro 04, 2008

Faz-me essa gentileza, fazes?


Numa entrevista dada à Sábado (que umas vezes sai à quinta e outras sai à quarta), José Rodrigues dos Santos fala sobre a sua imensa capacidade de escrever livros, assim como do ser fantástico que em geral afirma ser, e da sua imensa preocupação pelo bem-estar do mundo em particular e do ambiente em geral.

Como não podia deixar de ser, mostrou-se muito satisfeito consigo próprio por ter conseguido adivinhar que o preço do barril de petróleo iria aumentar acima dos 3 digitos, só se enganou foi quando isso iria acontecer, o que levou a mais uma correcção do livro "O 7º Selo".

É como quem diz: Eu sei que vai chover eventualmente, só não sei exactamente quando. É que as conclusões a que ele chega não são propriamente novas... mas ao menos está informado relativamente a uma problemática grave da humanidade. Mais do que a esmagadora maioria, pelo menos.

Na realidade, até aqui tudo bem, e de facto o rapaz até tem motivos de orgulho. Afinal a vida em geral corre-lhe bem, seja como jornalista, seja como escritor. Surpreendente mesmo foi a revelação de que apesar de toda a sua preocupação com os males do mundo, JRS não faz reciclagem... E porquê, perguntarão vocês?

1. É devido ao facto de fazer muito pouco lixo?
2. É devido ao facto de não acreditar que isso seja significativo?
3. É devido ao facto de achar que o mundo já está perdido de qualquer maneira?

Não! Nada disso. É porque o código de cores é muito complicado para o genial cérebro de José Rodrigues dos Santos.

Inclusive, JRS desafia o jornalista a dizer para que serve cada Ecoponto. Huuuum... deixa-me ver, Azul é para o papel e cartão, amarelo para o plástico e verde para o vidro!! Epa, ia tendo um derrame tal foi o esforço... obviamente, poder-se-ia pensar no facto de haver etiquetas nos Ecopontos a explicar para que serve cada um deles, mas não vamos por aí.

Se recuarmos um pouco para as campanhas de sensibilização criadas nos últimos anos, vemos que a Sociedade Ponto Verde conseguiu colocar um macaco e um bando de crianças a separar lixo. Tendo isto em mente, é razão para dizer que apesar de ter cara de miúdo e orelhas de abano, José Rodrigues dos Santos está longe de se ser um primata e não é de certeza mais inteligente que um miúdo de 10 anos...
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quarta-feira, agosto 06, 2008

Morangos Way

Na guerra das audiências, assim como em todas as outras, todos os golpes são permitidos. Preferencialmente cada lado quererá ter a melhor arma, mas na falta de melhor procura-se ter pelo menos uma arma equivalente.

Com evidentes excepções, historicamente são os canais privados aqueles que apresentam uma maior tendência para este tipo de comportamento de guerrilha. Os exemplos são diversos, veja-se as Chikititas como resposta às glândulas mamárias da Luciana Abreu, o Batatinha como resposta às glândulas mamárias da Ana Malhoa e a Julia Pinheiro como resposta às glândulas mamárias de Bárbara Guimarães e metade da população feminina do Brasil.

Obviamente não quero afirmar que se trata de um sistema unidirecional, até porque isso poderia levar a que fosse considerado parcial, o que ainda que seja verdade, tenho alguma dificuldade em admiti-lo em público.

Na realidade, o mais recente evento trata-se precisamente de um movimento na direcção oposta, com a SIC a responder ao sucesso contínuo dos últimos anos da novela para/com adolescentes de nome Morangos com Açúcar com uma série em tudo semelhante de seu nome Rebelde Way.

Ao que parece as semelhanças são de tal ordem que a SIC tem procurado arduamente nos seus castings por um qualquer actor cujo nome remeta para grandes animais do período Triássico. Este terá direito, além do habitual cachet, a receber um automóvel e um eucalipto que por agora será plantado algures na nacional 118.
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quarta-feira, julho 23, 2008

Lost in translation - Episode I


Ainda a recuperar do trauma provocado pelas dublagens do Herbert Richards, desde já me assumo como apreciador de versões originais.

Fluente em Inglês devido a todo um bombardeamento da língua de Shakespeare a que fui submetido ao longo da minha vida, leitor em Francês derivado (não do leite mas) da extensa colecção de BD francófona que possuo, e maroto em Espanhol devido a extensa exposição aos documentários sobre o corpo humano transmitidos pelo canal 18, tenho a quase sobre-humana capacidade de conseguir acompanhar em simultâneo a verborreia oral e a tradução simultânea em forma de legenda sem perder o fio à meada.

Dito isto, e se é recorrente nos dias que correm que após um intenso dia de labuta me veja a apreciar uns momentos de relaxamento enquanto observo desinteressadamente a caixa mágica - marcado pelo alternar rítmico de canal, qual zombie que em busca da próxima refeição avança pela programação sem vontade própria, critério ou objectivo - seria de esperar que os profissionais da tradução visualizassem com um bocadinho mais de brio a obra que irá ser Camoneada (1).

É tal a atenção prestada na função e/ou conhecimento do Anglo-Saxonismo, que um simples telefonema se transforma num noivado, um comentário maroto numa mera observação, um pelotão de fuzilamento vira quartel de bombeiros, um monge dá em macaco e uma pista de bowling torna-se uma padaria (2).

Compreensivo e de perdão fácil, procuro ser justo nas minhas avaliações, contudo marco o limite com um tradutor que ao ver um encantador robot (ou robô) de nome R2-D2 (ou R2 para os amigos), não tem a largueza de espírito para alcançar que uma outra versão do mesmo robô (ou robot, funciona para os dois lados) dificilmente se chamaria Arfor (3)...

É a minha opinião, ainda que não concorde com ela.

(1) Passar para a língua de Camões;
(2) Um prémio a quem reproduzir as frases/palavras no seu original;
(3) Obviamente que é R4.


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terça-feira, julho 15, 2008

Dois a zero

Comunicado

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem comunicar, nos termos e para os efeitos do art. 248º do Código dos Valores Mobiliários, ter sido informada da deliberação do Tribunal Arbitral do Desporto sobre os recursos apresentados pelo Sport Lisboa e Benfica Futebol, SAD e Vitória Sport Clube da decisão proferida a 13 de Junho de 2008 pelo Comité de Apelo da UEFA.

O Tribunal Arbitral do Desporto rejeitou os recursos interpostos.

Assim sendo, mantém-se a decisão do Júri de Apelo da UEFA que confirma a participação do FC Porto na edição 2008/09 da UEFA Champions League.
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quarta-feira, julho 09, 2008

Anal(ogias) dos nossos tempos

Vivemos numa época confusa, de incertezas e receios. Vivemos numa época em que olhando para trás sentimos que nunca ninguém tivera tanto, nunca alguém soubera tanto, e ainda assim sentimos que nunca ninguém se sentira tão insatisfeito. É nestes períodos traumáticos que é mais importante manter o olhar focado, ser pragmático e realista.

É precisamente por esse motivo que existem políticos. Ilustres seres, generoso e austeros, movidos apenas por um sentimento de sacríficio e entrega para com o bem comum. Entregamos a estes nobres cidadões tratar dos nossos haveres, convictos que estamos da sua imparcialidade e sentido do dever.

Obviamente, e porque o comum mortal dificilmente conseguirá alguma vez compreender a magnitude dos actos desta raça, precisamos por vezes que um postilhão nos troque por míudos o que realmente se passa dentro dos sagrados muros do parlamento.

Um excelente exemplo do supracitado é uma recente declaração de Paulo Portas, comparando o Primeiro-Ministro ao famigerado Xerife de Nottingham, deixando a entender que no meio desta analogia o ex-Ministro da Defesa seria o aclamado Robin dos Bosques.

Desengane-se a plebe ao considerar que com esta alegoria Portas pretende implicar que Socrates rouba o povo através de impostos injustos e para benefício próprio, nada de mais errado. O que Portas pretende afirmar é o seu íntimo desejo de andar de collants verdes a saltitar pelos prados juntamente com os seus alegres companheiros.

p.s. para os menos informados, saibam que Robin dos Bosques é um mítico herói inglês que se caracterizava por gostar de se vestir como o Peter Pan.
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segunda-feira, junho 23, 2008

Nostalgia

Porque me recorda de quem gosto, dos amigos de agora, dos amigos de sempre, dos amigos que vejo assim que posso, dos amigos que vejo quando posso e dos amigos que vejo muito menos do que queria e devia.

Porque me recorda festas e festivais, dias e noites, bares e discotecas, praxes, caloiros e veteranos, festas no castelo, festas populares, tascas, concertos, casamentos e jogos de futebol.

Porque me recorda os tempos de faculdade, porque me faz lembrar o quanto vivi, o quanto me diverti, as saudades que tenho e sobretudo a pressa que tive em terminar... algo que hoje me custa tanto a compreender.

Porque me recorda de férias no Brasil, na Praia da Rocha, no Baleal ou em Vila Nova. Porque me faz lembrar que, mesmo quando as coisas correram mal, hoje só me sobram boas recordações.

Por tudo isso e por me lembrar que em 99% dos casos estava com um copo de cerveja na mão, gostaria de partilhar convosco que... gosto deste anúncio!





E agora de regresso à programação habitual.
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segunda-feira, junho 16, 2008

Um a zero


E a luta continua!



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domingo, junho 08, 2008

Yin Yang

O Transtorno dissociativo de identidade, ou se preferirem o Transtorno de múltiplas personalidades, é uma condição mental onde um único indivíduo demonstra características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, cada uma com sua maneira de perceber e interagir com o seu meio.A premissa para esta patologia, é o facto de pelo menos duas personalidades poderem de forma rotineira ir alternando o controle sobre a mente de um indivíduo.

Para os menos informados, saibam que já me deparei com alvoradas em que acordo com um ombro deslocado, o pescoço dorido, as costas feitos num oito e/ou com o sobrolho aberto. Como qualquer pessoa no seu perfeito juízo, e tendo em conta ocasionais dificuldades digestivas, assumi que estava a ser vítima de uma banal abdução alienígena e que os supracitados problemas digestivos eram consequência das suas conhecidas sondas anais.

Pois bem, nada mais errado.

Compreendo agora que o meu cérebro divide-se por diversas personalidades, entre as quais podemos encontrar um homofóbico violento e um homossexual boémio.

Dito isto, e segundo fiável peritagem, ao que parece as minhas noites dividir-se-ão em pornográficas sessões de sexo gay ao som do George Michael, às quais se seguem brutais arraiais de pancada em tudo o que mexe, com porretes, coronhadas de armas, sangue derramado e mortificação corporal ao som dos Rammstein.

Dito isto, venham a mim os maricões para descobrirmos em conjunto qual é a personalidade dominante...

segunda-feira, junho 02, 2008

Um grande bem haja

Estava em crer que, além de me fornecer a possibilidade de desbaratar disparates, deveria haver uma qualquer utilidade para esta coisa dos Blogues.

Foi com agradável surpresa que - e ao contrário de alguns que há mais de 2008 anos esperam confirmação - pude confirmar que a minha crença tinha fundamento.

Palavra do senhor:
O objectivo dos blogues é descobrir mais gente interessada em desbaratar disparates. Ámen.

Através desta religião tive a possibilidade de tomar conhecimento de dois Bloggueiros cujas existências me são completamente alheias e cujos antros de escrita não poderia recomendar mais.

O Espaço Ultra Reservado atrai-me pelo eventos relatados por uma tal de Catarina, eventos nos quais de alguma forma me identifico, ainda que não consiga identificar porquê. Talvez por, tal como eu, tenha experimentado a experiência (passe o pleonasmo) de passar por um país que não o de origem.

Além disso, foi o único Blogue com o bom senso de reconhecer a minha evidente beleza.


Ervilhas Albinas é o nome de um Blogue cujo autor se identifica como Ervi Mendel (a.k.a. Ervilha Escriba). Este Blogue é de um humor que varia entre o subtil e o brejeiro, cuja qualidade apenas competem com a verdadeiramente impressionante frequência de actualização. Deste Blogue adaptei e adoptei o lema: "Os homens só se comovem com duas coisas: Mulheres semi-nuas e jogadores tecnicistas".

Além disso, foi o único Blogue com o bom senso de reconhecer a minha evidente inteligência.


De passagem pelo Blogue deles, façam o favor de passar pelo meu...

É a minha opinião, ainda que não concorde com ela.


quarta-feira, maio 28, 2008

Amor em tempos de DST's

Diz-nos a experiência que não há forma mais eficaz de matar o interesse de uma criança do que desancar a magia com uma boa dose maciça de raciocínio científico. Afinal, a crença na existência de Pais Natais, fadas, potes de ouro e afins é infinitamente mais cativante do que a certeza que todos os supracitados não passam de spin-offs de tradições religiosas, mitos urbanos e/ou eventos climáticos.

Apoiados neste saber de experiência feito, e após o evidente fracasso da psicologia da proibição, professores e encarregados de educação lutam pela inclusão urgente de temáticas como: Relações sexuais, reprodução e doenças sexualmente transmissíveis (ou DST).

O mundo civilizado deposita assim as suas últimas esperanças na possibilidade de que a educação sexual consiga ter o mesmo efeito que o recitar da tabuada, ou seja, o desinteresse absoluto pela matéria em questão.

Para os adultos que não puderam usufruir das benéces desta importante aprendizagem, saibam que se conseguiram chegar a esta fase da vida sem contrair uma qualquer DST é porque das três hipóteses, uma se confirmou:

1. Tiveram juizo;
2. Tiveram sorte;
3. Não tiveram sexo.

Para aqueles que não estão bem seguros, porque esta é a primeira vez que ouvem o termo DST, existem pequenos indícios que vos podem ajudar a fazer um diagnóstico eficaz.

No curto prazo, o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, enquanto a DST é fogo que se vê mas não arde, é ferida que se sente, mas não dói.

No longo prazo, o primeiro lixa-te a cabeça, o segundo lixa tudo o resto.
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É a minha opinião, ainda que não concorde com ela.
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segunda-feira, maio 26, 2008

Ventos de mudança

Após dois anos a teorizar sobre o vazio, eis que as minhas múltipas pessoas chegaram a acordo sobre a necessidade de mudar algo. Faltou sim chegar a acordo sobre o que era preciso mudar...

Na falta de melhor, no imediato mudou-se apenas o layout d'O Homem Duplicado.

Mantenha-se atento, mais episódios clínicos já a seguir.

p.s. Loucura! É possível votar sobre o que achamos do novo layout.

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terça-feira, maio 20, 2008

Passar a batata quente

Quando se padece de maleitas esquizofrénicas ao nível das que afectam este blogger, sabe-se por conselho de curandeiros experimentados que o caminho para a cura se faz passo a passo.

É do saber comum que o primeiro e mais importante passo é admitir que temos um problema.

Recentemente, num qualquer espaço ultra reservado, a Catarina Morgado identificou (mais) uma característica deste Homem Duplicado: A beleza!


Sendo assim, e sem vergonhas ou demoras: Sou lindo, e assumo-o!

O passo seguinte é partilhar o nosso problema com os demais, e sendo assim resolvi estender esta corrente aos 3 eixos da minha existência bloggista:

Para a família: Sai um BB Award para a prima mais aluada
Para os colegas: Sai um BB Award para o Cabo da Boa Esperança
Para os amigos: Sai um BB Award para o dia-a-dia de uma moça

Irão concerteza reparar que os prémios foram só para elementos do sexo feminino. Isto deve-se unicamente ao facto de uma das múltiplas personalidades ser assumidamente homofóbica, e por acaso ser aquela que hoje se encontra de serviço.
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quinta-feira, maio 15, 2008

Faça favor de dizer

É complexo, se não mesmo impensável, que um qualquer media provider* consiga subsistir sem os denominados de comentadores. Verdadeiramente indispensáveis à nossa cultura, seja a sós ou em grupo, estes pseudo-líderes de opinião tiveram, têm e terão sempre qualquer coisa a acrescentar sobre qualquer assunto da actualidade, seja político, cultural, social, desportivo ou gastronómico.

Contrário ao espectável, em que falaria quem tem algo a dizer, aparentemente apenas é possível contratar quem não teve sucesso na sua profissão, precisa de ganhar uns trocos e/ou tem uma forma de estar na vida que se pauta do ordinarão para baixo, preferivelmente falando alto ou impedindo os restantes de se expressar, preferivelmente através de frequentes interrupções ou comentários jocosos.

Qual oráculo, estes seres detêm a capacidade de orar com convicção sobre todo e qualquer tema, ainda que em 99,9% dos casos se limitem a proferir balelas - próprias ou importadas - ocultadas por detrás de uma sobre-adjectivação do discurso.

Confesso que aprecio a arte de alguém que sem ter nada para dizer, consegue preencher uma hora adjectivando o vácuo. Para os que, como eu, prezam bons momentos de fanfarranice, procurem a seguinte sentença:

Não estou por dentro do assunto, nem tenho qualificações para o avaliar, mas a minha opinião é a seguinte...

Para os menos hábeis nos meandros da língua Lusa, eis a tradução:

Não faço puto do que estamos a falar, deixa-me cá dizer uns disparates senão ainda me cortam no cachet...


* O Homem Duplicado orgulha-se da inclusão frequente de termos e/ou estrangeirismos pedantes, especialmente quando é por demais evidente que existem alternativas menos pretensiosas

terça-feira, maio 06, 2008

Made in Austria

Quando Natascha Kampusch decidiu correr para a liberdade, a 23 de Agosto de 2006, após oito anos de cativeiro numa casa aparentemente normal dos subúrbios da Áustria, a história desta rapariga horrorizou e chocou o mundo inteiro.

No entanto, menos de dois anos depois, chegamos à conclusão que o episódio vivido por Natascha é um menino quando comparado àquele vivido por Elizabeth Fritzl.

Para todos os que – tal como Natascha e Elizabeth – estiveram enfiados em caves nos últimos tempos, saibam que esta última viveu os últimos 24 anos encarcerada numa cave, onde ocasionalmente recebia visitas conjugais por parte do progenitor.

Desta linda relação entre pai e filha, foram gerados três netilhos, três filhetos e um pedaço de carvão. Os primeiros três foram autorizados a viver dentro de casa, o segundo grupo de três foi recambiado para a cave e e o último está a servir de adubo no jardim da casa.

Apesar de toda a tragédia que envolve estes dois casos, eles são também motivos para acreditar que nunca se deve perder a esperança.

Dito isto, devo dizer que estou em pulgas para ver os filhetos e netilhos da Maddie daqui a uns aninhos...


p.s. Após este post, penso que estaremos de acordo que textos sobre fezes, flatos e afins, não são assim de tão mau gosto quanto isso...


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segunda-feira, abril 28, 2008

terça-feira, abril 15, 2008

O Anti-Papa

Crente convicto da existência de uma evidente tendência da mãe-natureza em produzir equílibrio, acredito piamente que para toda e qualquer forma de vida existe um antagonista respectivo, uma antítese para ser mais exacto.

Este pressuposto, obviamente vazio de comprovação empírica, leva-me por vezes a divagar sobre seres racionais, irracionais e conjugações dos anteriores.

Numa dessas divagações, surgiu-me ao espírito o expoente máximo da igreja católica, o Sumo Pontífice, o Bispo de Roma, ou o Papa, se preferirem.

Para os menos informados, o Papa veste sempre de branco, tem um carro especial de cor branca, já passou há muito a flor da idade, é celibatário por obrigação e convicção, mora isolado num casarão iluminado, e espera ansiosamente dia após dia por um sinal do Senhor.

O oposto do Papa terá necessariamente de vestir de preto, o seu carro terá que ser preto, estar na flor da idade, ser um play-boy convicto, morar numa mansão sinistra, e aguardar noite após noite por um sinal do comissário Gordon*.

É verdade, depois de estudo exaustivo do assunto, posso aferir com certeza absoluta de que o anti-papa é... o Batman.

Como para toda a regra há uma excepção, estas personagens tão dissemelhantes perfilam ainda assim um traço comum, ambas parecem apreciar a companhia de jovens rapazinhos em collants...

* Por inerência, e uma vez que é a antítese do comissário Gordon, Deus é um bandido.

domingo, abril 06, 2008

23

E assim foi, ai está o vigésimo terceiro campeonato para o Futebol Clube do Porto. Por coincidências do destino, este campeonato nº 23 é também a 2ª vez que o Porto ganha 3 campeonatos consecutivos.

Este campeonato acaba por ter um sabor especial, uma vez que é ganho no final do chamado apito dourado. Agora renomeado de apito final.

Para os menos atentos às questões da bola e/ou da actualidade, este foi o nome dado à mega-investigação que se iniciou há pouco menos de dois anos. Essencial aos destinos do país, uma vez que não havia nada de mais importante para investigar neste cantinho da Europa onde tudo é honesto e limpo, com a devida excepção dos senhores da bola – principalmente os do norte, para esta causa de interesse público foi nomeada como coordenadora a mui honorável Maria José Morgado, expoente máximo da justiça em Portugal e espécie de Batman à portuguesa, incorruptível e capaz de causar o mais profundo terror aos malfeitores da nossa sociedade.

Após dois anos de intensa investigação liderados por esse apogeu da justiça, depois de muita tinta ter corrido, depois de muito se ter falado, a acusação ao Futebol Clube do Porto e a Pinto da Costa resume-se a dois jogos em que o Porto terá tentado aliciar o árbitro. Curiosamente, o Porto não ganhou nenhum desses dois jogos, e contra duas equipas relativamente modestas... ainda assim conseguiu ser campeão europeu.

Curiosamente, após 713 dias de investigação, eis que finalmente sai a acusação e possível pena: o Porto poderá perder 6 pontos.

Esta notícia poderia ter acontecido uma semana antes, uma semana depois, ou em qualquer outra semana em mais de 100 semanas possíveis, mas eis que surge por mera coincidência precisamente na semana em que o Porto se iria sagrar campeão nacional pela 23ª vez. Precisamente na semana da festa, precisamente na altura que os adeptos mais esperavam para festejar, eis que sai a notícia de que afinal talvez seja necessário esperar mais umas jornadas pela festa.

A vida é cheia de coincidências, esta foi apenas mais uma.


A resposta foi cabal e fez-se no campo. Independentemente das notícias, os jogadores entraram a 3 pontos de serem campeões, o que se passava fora daquelas 4 linhas não interessava. Num verdadeiro festival de futebol perante mais de 50 mil adeptos, o Porto fez a festa e o Estrela da Amadora foi o bombo da dita. Por 8 vezes berrou-se golo no Dragão, ainda que só 6 vezes tenham realmente contado.


Após dois anos de investigação, depois de muito dinheiro gasto aos contribuintes, eis que o mega-processo liderado por Eliot Ness e os seus intocáveis resulta num flop de grandes proporções, pelo qual provavelmente ninguém se irá responsabilizar.

O Porto, esse, continua a ganhar títulos.


terça-feira, abril 01, 2008

Há dias assim

Tenho por mim ser uma pessoa fadada para a má-fortuna. Isto porque, é recorrente na minha vivência quotidiana sofrer pequenos acidentes, azares, maus-olhados e afins.

Obviamente, como indivíduo que se pauta por uma racionalidade, coerência e pragmatismo levados ao extremo, tenho uma certa tendência em partilhar este facto com todos os que se cruzam no meu caminho.

Sendo assim, é apenas natural que eventualmente percebam pelo sentido da audição a seguinte expressão proferida pela minha pessoa: Epa, tenho um azar do caraças...


Também recorrente, é alguém fazer o ignóbil favor de me relembrar que não tenho motivos de queixume. Afinal de contas, tenho família, amigos, trabalho, tecto e comida...


Já viram bem a minha desdita? Com tanta merda que me cabe em sorte, nem motivos para me queixar tenho...



terça-feira, março 18, 2008

Bimbólicas

Em simultâneo com a minha decisão de me transferir para a Bélgica, resolvi apostar na aquisição de uma Bimby.

Para os menos atentos às dinâmicas do mercado, estou a falar de um utensílio de cozinha que corta, pica, moi, cozinha, mistura, mexe, enfim... faz um pouco de tudo, e permite que eu faça o menos possível, conseguindo ainda assim resultados bastante satisfatórios.

Em anexo com a dita geringonça, vem um prático livro de receitas adaptado ao funcionamento da máquina.

Não obstante a evidente qualidade da peça e do seu anexo, desagrada-me um pouco que as receitas se refiram sempre a uma “leitora”.

Após meditar um pouco mais no entanto, pergunto-me quem é que se deverá sentir mais insultado:

1. Eu, porque comprei uma coisa para mulher;
2. As mulheres, pelo evidente estereótipo.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Caça-fantasmas

Quem no decorrer da sua semana dedicar algum tempo ao denominado zapping, poderá por vezes deparar com pequenos tesouros (ou tesoiros) da cultura ocidental. Esse achado fortuito é no entanto pouco frequente, sendo bastante mais provável encontrarmos grandes doses de quinquilharia.

Uma dessas doses de quinquilharia dá pelo nome de Ghost Whisperer, na versão original, ou pelo nome de Entre Vidas, na SIC, ou Em Contacto, na FOX. O facto de a série ter vários nomes diferentes tem unicamente a ver com o facto de que o nome, as personagens ou mesmo a história pouco interessam para a audiência.

Para os menos atentos, esta séria conta com Jennifer Love Hewit no papel principal, e narra a história de uma moça que tenta conciliar uma vida profissional, social e amorosa com o facto de ser capaz de ver pessoas... mortas.
Aqui, e à semelhança de um filme porno, onde à falta de enredo nos é fornecido em alternativa um pretexto para que adultos façam sexo por dá cá aquela palha, esta série pouco mais é do que uma série de personagens e diálogos pouco elaborados que justificam que possamos observar (em diversas peças de roupagem diferentes) o decote da actriz principal durante 20 minutos sem nos sentirmos demasiados culpados.

O processo de interiorização da série é semelhante ao de um desastre rodoviário, onde vamos a passar por acaso e inconscientemente abrandamos só para ver se por acaso não haverá algo mais para ver.

Cuidado, é viciante...

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Porto Editora

Por orientação sexual entende-se a direcção que o homem prefere para arrumação ao vestir a sua roupa interior.

À pergunta qual é a sua orientação sexual, um inquirido culto deverá responder Direita ou Esquerda.

domingo, janeiro 27, 2008

Satyagraha

Para os menos atentos à história pré-anos 50, Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como Mahatma Gandhi, foi um dos fundadores do moderno estado Indiano, tendo ficado mundialmente famoso pelos seus originais protestos não violentos, frequentemente sob a forma de jejuns assustadoramente prolongados.

Mudando de assunto, saibam os apreciadores de gastronomias étnicas que poderão encontrar na rua do Douradores, algures nos Restauradores, um simpático pequeno restaurante Indiano, de seu nome Gandhi Palace.

Não sei se o Gandhi alguma vez teve um palácio, mas tendo em conta o seu historial, tudo me leva a crer que as refeições nesta restaurante até possam ser espiritualmente enriquecedoras, mas provalmente pouco abundantes...

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Efeito de estufa

Para os menos eruditos na antiga civilização Romana, saibam que estes iam ao ponto de imaginar um deus para cada situação do dia-a-dia, inclusive para o acto da flatulência.

Os mais descrentes abanarão neste momento a cabeça em sinal de desacordo, mas saibam que não havia um deus da flatulência, mas sim dois!

O primeiro, Perfidus, era o deus da gasearia silenciosa e pestilenta, enquanto o segundo, Flatus, era o deus da gasearia ruidosa e inodora. Ao que parece, a adoração a estes deuses era feita sobretudo debaixo dos lençois, em locais isolados, ou nas promixidades de um bébé facilmente culpabilizável.

Desde já me confesso como crente convicto e entusiasta desta religião. Comprometido que estou a espalhar a boa palavra, peço que aceitem a minha escolha e respeitem a minha liberdade de credo.


Oração do Flato:

Quem pratica o flato, não pratica o mal
É uma manisfestação orgânica perfeitamente natural

Em privado ninguém sentirá o odor
Por isso em público é bastante melhor

Sofres menos se fores de onde o flato sai
Afinal um filho nunca cheira mal ao pai

Flatulemos, irmãos!



terça-feira, janeiro 08, 2008

Genial!

"Presidir à Caixa Geral de Depósitos, meus amigos, não é um reles tacho. Presidir à Caixa Geral de Depósitos é a Bimby."

Ricardo Araújo Pereira

terça-feira, janeiro 01, 2008

Capicua

Nos momentos em que o trânsito se apresenta mais compacto, as businas dão ares de sua graça e as gargantas berram impropérios, é regra que um pouco mais à frente estará um (pelo menos) agente de segurança, exibindo o seu másculo colete amarelo fluorescente, e decidindo de forma mais ou menos justa quem deve ou não ter prioridade para prosseguir o seu caminho.

Se a função pública é profissão de respeito, para as autoridades esta premissa deveria valer a dobrar, ainda assim não consigo deixar de me indagar se o motivo do polícia
estar ali é por haver trânsito, ou se o motivo de haver trânsito é por o polícia estar ali.