Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Evangelho segundo Pacheco

Reza a história que há cerca de 2006 anos, algures em Belém, na Cisjordânia, terá nascido um jovem que acabaria por ter um papel chave na nossa cultura tal como a conhecemos.

Segundo os autores da época, Maria - virgem e boa rapariga - teria sido visitada pelo Arcanjo Gabriel e que este lhe teria informado que se preparasse porque aquela barriga ia crescer. José, que nunca lhe tinha tocado até esse momento, e após uma curta visita do Espirito Santo, acreditou piamente no fenómeno conhecido como imaculada concepção.

Devido ao facto do jovem casal não ser oriundo de Belém, tendo-se dirigido aí apenas por motivos burocráticos (que já os havia), acabaram por ter de dar o filho à luz numa manjedoura. Hoje em dia todos os presépios contam com as seguintes "figuras tipo": o jovem casal, os 3 reis magos, uns pastores, uma vaca e um burro.

Confesso-me desde já como pouco crente em milagres e/ou fés religiosas. Como tal dificilmente teria acreditado numa história em que uma moça intocada ficaria grávida por obra e graça do Espirito Santo. Da mesma forma, acredito que muitos dos habitantes da época terão pensado como eu, e tendo em conta os grandes erros de tradução que se conhecem existirem na Bíblia, a minha pergunta é a seguinte:

- O facto de a Bíblia referir que existia um burro e uma vaca na manjedoura é um erro de tradução ou de contagem?

P.S. Já agora, quando andarem a desejar Feliz Natal a tudo o que mexe, recordem-se ao menos que eu fui o primeiro a fazê-lo este ano (
Ao menos uma vez, 3/6/06)

terça-feira, dezembro 05, 2006

A química do marketing

Na esperança de cativar novos consumidores cria-se a necessidade de encontrar novos nichos de mercado. Como tal, a indústria tende a virar-se para outro tipo de oferta mais sofisticada do que a insipida variedade até então existente.

Sem ser velho começo lentamente a deixar de ser novo, e posso com segurança afirmar que ainda sou do tempo em que os iogurtes eram de sabor a morango, banana ou pura e simplesmente naturais.

Agora temos iogurtes com Bacilos DanRegularis, duas vezes mais cálcio e vitamina D, L.Casei Imunitass, Bifidus Activo e/ou Benecol. Tudo chavões perfeitamente desconhecidos do saber comum, mas apelativos o suficiente para que (independentemente do facto de ser bêbado, toxicodependente, diabético, homem, mulher, adulto, criança, gordo, magro, branco, amarelo, preto ou azul à bolinhas) sobre um qualquer efeito placebo consigamos afirmar: "Tomei isto, sinto-me melhor!"

A química já não consegue acompanhar o marketing, como tal aguardo o passar do tempo até chegarmos ao inevitável cúmulo em que os iogurtes - após cuidadosa prescrição do médico especialista - irão passar a ser vendidos apenas em farmácias.

quarta-feira, novembro 29, 2006

O maior espectáculo do mundo

Na senda da tradição dos grandes artistas do género One Man Show, ei-los no no seu melhor os sublimes intérpretes do One Man Audience.

Plenamente conscientes das suas responsabilidades sociais, tomam nas mãos a louvável e árdua tarefa de recrear a sua diminuta audiência durante a totalidade da duração do evento.

Aptos a falar de qualquer assunto, seja ele política, finanças, religião, etnias, trânsito, metereologia, saúde e/ou futebol (sobretudo futebol), este espécimenes, notáveis talentos do entretenimento, asseguram o passar do tempo com empenho e habilidade.

A todos os interessados, contem com espectáculos diários - a praticamente todas as horas do dia - bastando para isso dirigir-se ao barbeiro/cabeleireiro, táxi, café/restaurante e/ou... clínicas de fisioterapia mais próximos.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Um muito bom dia

Se há uma altura do dia em que a minha tendência para enveredar pelo caminho de pária da sociedade assume todo o seu esplendor, essa altura será provavelmente ao acordar.

O meu autismo latente torna-se então evidente, movo-me cabisbaixo, enfadado e resmungão. Respondo com grunhidos a todo aquele que não percebeu que o facto de não lhe ter dirigido a palavra não se deveu a distração, e sim a puro desprezo.

Para futuras interacções matinais, eis algumas dicas para quando me encontrarem ao raiar do dia:

1. Não me dirijam a palavra
2. Dêm-me prioridade para a casa-de-banho
3. Garantam que há café moído
4. Assegurem-se que o pacote de leite tem que chegue para uma caneca
5. Não esquecer o pão e a manteiga

Caso os pontos 2, 3, 4 e 5 falhem, a eficácia do ponto 1 deverá ser assegurada.

Caso todos os pontos falhem, olhem para a minha cara, porque o que vão ver é alguém perfeitamente convicto de que acabaram de lhe estragar o dia, tendo este acabado de começar...

sábado, novembro 11, 2006

Ensaio sobre a moda

Relevante só para alguns, apenas ao alcance de bolsas menos despriveligiadas e sempre efémera, o acompanhar deste fenómeno sociológico é uma obrigação para todos aqueles que compreendem o que é, quem faz e quando o faz. Nos tempos que correm, acompanhar as suas tendências é um exercício bastante complexo e cansativo, mas um dos pilares da sociedade é sem dúvida a moda.

Confesso que tentei olhar para a moda de forma objectiva, na esperança de compreender o porquê de determinadas obras de arte. Exemplo disso é uma peça de vestuário que calculo ter sido fruto do acto desesperado de um qualquer designer de moda que, levado ao extremo da frustação, desatou a rasgar as suas peças até que, num momento de quebra de arenalina, respirou fundo e viu a nova tendência da moda: Jeans Rasgados!

Para os ainda menos informados, saibam que por estas calças de ganga pré-estragadas, os fãs da moda pagam o dobro ou o triplo que pagariam pelas mesmas calças de ganga novinhas em folha. Ainda que não tenha nada contra todos aqueles que apreciam este tipo de roupa, tenho apenas algum receio que esta tendência da moda influencie outras áreas de negócio, momento esse em que passaremos a pagar a dobrar pelos seguintes items:

- Chapéus de chuva com buracos
- Óculos com as lentes riscadas
- Carro todos riscados
- Casas com os canos destruidos
- Preservativos furados

P.S. Não me interpretem mal, não sou completamente démodé, basta observar a minha roupa interior para concordar comigo.

quarta-feira, novembro 01, 2006

São rosas, senhores...

Vivemos tempos de Fé. Ao contrário do que muitos possam acreditar, os milagres acontecem todos os dias, basta estar atento para conseguir observar.

Segundo reza a Bíblia, a determinado ponto da sua vida, Jesus terá feito um milagre com pães e peixes, cuja pequena quantidade conseguiu multiplicar para um quartel. Impressionante, é inquestionável, mas verdadeiramente pouco tendo em conta o que nos é dado a observar no mais humilde dos restaurantes à portuguesa.

É regra que em qualquer típico restaurante, mal o cliente se sente à mesa, esta fique imediatamente repleta de iguarias sem igual – pão, queijo, manteiga, azeitonas, etc. Um milagre inexplicável normalmente associado a um 2º milagre, que é o facto de ao final da refeição essas iguarias aparecerem incluídas na continha, mesmo que o cliente não lhes tenha sequer tocado.

domingo, outubro 29, 2006

All you need is love

Ainda que já lá vão os tempos de glória ao lado de John, George e Ringo, Paul McCartney é sem dúvida um dos compositores de maior sucesso de sempre da história da música moderna, seja em conjunto com outros artistas - como os Beatles e os Wings - seja na sua carreira a solo.

Em absoluto contraste com o sucesso profissional obtido por este versátil baixista, a sua vida amorosa vai de mal a pior. Víuvo em 1998, após a morte de Linda McCartney, Paul voltou a casar em 2002, desta feita com uma modelo de nome Heather Mills, da qual se separou recentemente.

Ainda mais recentemente, esta última terá acusado McCartney de violência, isto porque este ter-lhe-ia agredido em mais do que uma ocasião, inclusive causando-lhe ferimentos ligeiros.

Segundo o jornal Destak, em resposta às acusações de que este lhe teria batido, Paul afirmou que iria "Rebater vigorosamente" Heather Mills.

Talvez a palavra "Rebater" não tenha sido a melhor escolha para uma justa tradução, isto porque - em toda a minha inocência - leva-me a subentender que o que o ex-Beatle realmente afirma é:

- Se ela não aprendeu à primeira, leva outra que é para ver se aprende.

Piadinha foleira:

P: O que é que o Paul diz para a Heather, tendo esta dois olhos negros?
R: Já te avisei duas vezes!!

quinta-feira, outubro 19, 2006

A Síndrome de Peter Pan

Para quem passou os últimos 100 anos enclausurado, Peter and Wendy, mais conhecido como Peter Pan, trata-se de uma obra literária em que a principal temática relaciona-se com o crescimento, querendo o personagem manter-se sempre criança, para assim evitar as responsabilidades da vida adulta.

Juntamente com a Fada Sininho, os Meninos Perdidos, Wendy e os irmãos, Peter Pan vive uma vida de aventuras e emoções, a combater contra o Capitão Gancho e os seus piratas.

Peter Pan no Gelo é o mais recente spin-off do clássico infantil elaborado por J.M. Barrie, sendo que neste caso os produtores deste show optaram por recriar a história transformando-a num espectáculo de patinagem artística.

Ao que parece, isto dever-se-á ao facto de considerarem que um adolescente de collants, com problemas existenciais e cuja melhor amiga é uma fadazinha muda, ainda não era gay o suficiente.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Financeiramente falando

Na renhida luta pelo direito de gerir o dinheiro alheio, os bancos vão lançando campanha publicitária atrás de campanha publicitária, de forma a assegurar um espaço privilegiado no nosso exercício cognitivo.

Uma figura pública torna logo tudo mais credível e apetecível, como tal, se me dizem que determinado banco ajuda o Mourinho a nunca errar, a Sara Tavares a ter um bom feeling e/ou o João Garcia a chegar mais alto. Eu papo!

Agora, alguém faça o obséquio de informar os senhores do BES que não vou pôr o meu quinhão nas mãos do "Rei dos Matrecos". É que eu não tenho pais ricos, não ganhei a lotaria, nem recebi nenhuma herança...

sexta-feira, setembro 29, 2006

Carrefour, 4 minutos

Ao entrar na 2ª circular, aquando da saída da Amadora, deparamos com um audacioso cartaz que nos informa que o Carrefour de Telheiras se encontra a apenas 4 minutos de distância.

Poderia entrar num exercício cognitivo sobre o facto de esse tempo de viagem estar dependente de vários factores, como a velocidade, o trânsito, o facto do pavimento estar seco ou molhado, o estado dos pneus, a potência do carro, ou mesmo o facto de fazer as curvas por fora ou por dentro.

Contudo, tendo em conta que passava ligeiramente das duas da manhã, aliado ao facto que me dirigia precisamente para Telheiras, pensei para mim mesmo "porque não...?".

Sendo assim, e numa média que considero bastante apreciável - não foi de 150 km/h, mas em que o ponteiro andou frequentemente entre os 149 e os 151 km/h (exclusive) - , e após atropelar dois gatos, ensinar um cão a subir a um poste de iluminação e uma velha a aterrar de pé após um salto Flic-flac à retaguarda do eixo norte-sul para a 2ª circular, cheguei ao dito Supermercado no insuficiente tempo de 7 minutos...

Como não gosto de fazer ninguém passar por mentiroso, amanhã vou tentar de novo!

segunda-feira, setembro 25, 2006

O Nascer do Sol

Com o objectivo de suprir de uma vez por todas uma necessidade latente da nossa sociedade, o mundo dos media passou a acolher mais um semanário generalista: O Sol.

Qualquer comparação ao Expresso ou ao Independente terá um final pouco feliz. Desde já desengane-se, porque este jornal destaca-se em todos os sentidos.

1. Como não mencionar o seu inovador logotipo, que não só parece que acabamos de comprar uma brochura de férias, como ainda somos presenteados com a notícia que este muda de cor consoante a estação do ano. Isto é algo que muito sinceramente já fazia falta num jornal, e não vejo como pudemos passar sem isso até agora.

2. Folheando o recém-chegado, desde logo temos a possibilidade de observar tudo aquilo que temos perdido na nossa vida, sim porque 2/3 deste jornal é composto por publicidade variada, fazendo-me pensar se não haverá aqui estratégia escondida para fazer concorrência ao Dica da Semana.

3. Mais umas páginas e rapidamente chegamos ao verdadeiro apogeu da informação ao lermos o artigo do adolescente que escreve sozinho o jornal da terra, para uma audiência média de 40 leitores. Penso que era dificil imaginar uma história melhor que esta num jornal que sai de 7 em 7 dias, acontece pouca coisa numa semana. Como raio farão os diários, é algo que me escapa...

4. É preciso esperar pelo fim do jornal para dar de caras (e com a cara) com a coluna do professor Marcelo (coincidência, chama-se Blogue), onde num relâmpago de genialidade afirma que o Expresso é que é concorrente do Sol, e não o contrário. Não satisfeito, conta-nos as suas peripércias por essas praias fora, e claro está, o bom que é de saber que o Francisquinho (neto do prof. Marcelo) não aprecia bolos, ainda que a Teresinha já lhe vá tomando o gosto. Isto sim, é informação.

5. A fechar em beleza, descontente com uma notícia sobre si, Isaltino Morais referiu-se à 1ª edição deste supimpa semanário como um pasquim vendido ao poder instalado, ao que o Sol respondeu com uma queixa em tribunal por difamação. O que faz sentido, porque isto de fazer acusações sem base de sustentação, espalhar boatos e afins é tarefa reservada apenas aos jornalistas e semanários pasquins.

Não sei se é do aquecimento global, mas o nascer do Sol está longe de ser aquilo que apregoam.

quinta-feira, setembro 21, 2006

E.R.

De acordo com o mais banal dos dicionários, stress consiste no produto de uma soma das respostas físicas e/ou psicológicas com uma disparidade entre uma experiência real, ou imaginada, face a uma expectativa pessoal.

Já no meu dicionário, stress consiste em estarmos especados, enquanto uma gota de suor nos escorre pela testa, a observar o homem que está a reparar a máquina do café e, entre uma respiração ofegante, uma unha roida e o aparecimento de (mais) um cabelo grisalho, perguntamos com o ar mais sério deste mundo:

"É grave, senhor Dr...?"

domingo, setembro 17, 2006

Tempo de reflexão

Chegado à conclusão de que a votação já durava há tempo que baste, eis-nos com um interessante total de 22 votantes, donde a maioria até se revelou bastante satisfeita.

Aos desprezíveis 3 leitores que votaram negativamente, algo que me torturou de tal forma que me encontrei lavado em lágrimas... espero que sofram bastante numa tortura ao nível da genitália. Não vos desejo a morte, mas sim que sejam conservados por um longo espaço de tempo numa dolorosa e sádica terapia, ao ponto de desejarem o corte imediato da totalidade dos vossos membros só para terem menos áreas do corpo a arder...


Aos outros, aquele fraternal abraço e um grande bem haja!

P.S. olhem só, outra engraçadíssima votação...

segunda-feira, setembro 11, 2006

The show must go on!

Caso ainda fosse vivo, Farrokh Bulsara faria 60 anos no passado dia 5 de Setembro.

Apesar de ser esse o seu verdadeiro nome, este acabou por se celebrizar com o nome artístico Freddie Mercury, que juntamente com Brian May, Roger Taylor e John Deacon, formou uma das mais fantásticas bandas de sempre: os Queen.

Admirado pela sua voz e pela sua energia em palco, assim como pelo facto de ter composto alguns dos maiores hinos de sempre da música rock, Farrokh também se fez notar pela sua ambiguidade sexual, apenas assumida na véspera da sua morte quando confessou ao mundo ser bissexual.

Mais do que um grande artista, este homem é a personificação da célebre frase: "Cú não tem sexo!"...

quarta-feira, setembro 06, 2006

O peso da moda

Um pouco à semelhança de um reflexo, é meramente involuntário que, na presença de um elemento do sexo feminino - cuja condição física se encontra muitos quilos acima do peso adequado à sua estrutura óssea - a observar uma montra da H&M composta exclusivamente por manequins em mini-mini-saia, me ressalte ao espiríto o seguinte pensamento:

“Por favor... não...”

domingo, setembro 03, 2006

Chamem a polícia!!

Embrenhado no meu vaivém de zapping, tive oportunidade de observar o mais recente anúncio a um detergente para a roupa: o Blanka Vanish Oxi Action.

À imagem de algumas das dezenas de séries CSI que rodam pelos diversos canais por cabo, este afirma que o supracitado detergente é exemplarmente eficaz na remoção de nódoas de sangue.

No entanto, tendo em conta a dimensão da nódoa exibida pela aparentemente infeliz dona de casa, eu perderia menos tempo em anúncios, e mais tempo a pensar como fazer desaparecer o corpo do desgraçado que tinha a camisa vestida...

Enfim, prioridades...

quarta-feira, agosto 30, 2006

Elementar, meu caro

Na eterna procura da afirmação social e/ou profissional, é uma constante no nosso quotidiano delirante os indíviduos que, na falta de algo para dizer, exercem o seu direito a ser banais.

Não esperem soluções, trabalho real ou sequer um grande exercício cognitivo da parte destes senhores, dali temos garantido que o músculo do cérebro apenas será utilizado para constatar o manifestamente óbvio.

Em presença de um carro avariado no meio do deserto do sahara, este espécimen irá em jeito de bitaite afirmar que:
-Bom, bom, era ter aqui um mecânico!

Caso tenha perdido as chaves de casa, ou estas tenham sido levadas como parte integrante do pecúlio de um infeliz encontro com um amigo do alheio, levando a que tenha ficado fechado de fora de casa, é apenas natural que o seu amigo constate que:

- Se tivéssemos as chaves, podiamos entrar!

Caso seja necessário fazer um telefonema de um telefone público às 5 da manhã, quando só temos uma nota de 10 € e as probabilidades de encontrar alguém ou algo para nos trocar a nota, é certo que irá ouvir:

- Isto dava jeito era ter dinheiro trocado!


Ainda assim, entre este tipo de indivíduos, alguns alcançam relativo sucesso, seja como políticos profissionais, lambe-botas do chefe, comentadores desportivos e/ou críticos de pacotilha.

domingo, agosto 27, 2006

Estrelas (de)cadentes


Na mais recente mega-produção de hollywood, é-nos dado a conhecer o filho do Super-Homem, interpretado pelo jovem actor de 6 anos Tristan Leabu.

Para quem estiver curioso em saber mais sobre esta pequena estrela, é o mesmo puto que daqui a 12 anos irá cumprir uns meses de prisão por ter coca no bolso e álcool no sangue, enquanto guiava a 220 km/h sem carta...

Como eles crescem depressa...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Azeite Gallo, a cantar desde 1919


- Agarrem-me pelos cabelos e esfreguem-me a cara nas fezes de um qualquer animal que sofra dos intestinos!
- Violentem-me com canas e calhaus, deixando-me a cara em papa e os ossos em pó!
- Matem-me a família, os amigos, a namorada, o cão da minha avó e amaldiçoem-me a mim e aos meus até ao fim dos tempos!
- Despeçam-me, expulsem-me de casa, deixem-me na miséria para o resto dos meus dias!
- Capem-me e/ou sodomizem-me sem dó nem piedade via anal...


...Mas não me tirem a porra do azeite!

segunda-feira, agosto 21, 2006

Pausa para reflexão


Independentemente do tempo que o trabalho, as férias, a namorada e os amigos me consumam, tenho feito um esforço para falar de assuntos variados a um ritmo +/- constante. Assim sendo, o que começou como uma mera distracção, atingiu já as 2 milenas de cliques.

Eis que me coloco perante uma dúvida académica:

- Quantas pessoas visitam este blog realmente?
- O que é que essas pessoas pensam deste blog?

Lanço aqui um repto, evitando votar mais do que uma vez, diz-me o que achas deste blog votando no lado direito.

P.S. Este blog é em grande parte pessoal, e a sua existência não está dependente desta votação. É só mesmo uma curiosidade.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Esquerda, Direita


Aproveitando o tempo livre deste enorme e cansativo vaivém praia-casa/casa-praia que as férias me impõem, tenho tido oportunidade de observar alguns momentos do Europeu de Atletismo que decorrem em Gotemburgo.

Associado a este tipo de eventos, há uma sensação latente que insiste em repercutir-se nesta minha mente dividida:

- A modalidade da Marcha, não deveria fazer parte dos Paraolímpicos?

Além destes valorosos atletas cuja missão é andar mais depressa que os restantes, os militares (e quid sapit* os escuteiros) serão os únicos seres humanos que também se orgulham de marchar direito, contudo não os vemos a abanar as ancas fazendo-nos recear que a qualquer momento nos poderão vazar um olho com o fêmur.

Mais acrescento, que sou totalmente a favor de habilitar estes atletas aos lugares de estacionamento para deficientes, é que a abanar as ancas daquela maneira ainda me amolgam a viatura.

* "quem sabe" - o latim fica sempre bem

quinta-feira, agosto 10, 2006

Apita o comboio


Durante uma travessia de comboio, avistei a seguinte inscrição no apeadeiro da Trofa:

“Leixões power – Viemos Merda”

Se é notório inclusive para o menos atento dos leitores que existe um erro, resta esclarecer se este é de ortografia, de acentuação ou ambos.

O mais fácil seria supor que o que se pretendia escrever era:

“Viemos à Merda!”

No entanto, estou em crer que é devido a este tipo de facilitismos que se traduziu mal a Bíblia. Devido ao facto deste blog se caracterizar (e orgulhar) pela sua objectividade e imparcialidade nas suas análises, adianto assim algumas suposições:

1. “Viemos, há merda!”

De forma a aferir se esta foi uma conclusão retirada pelos Leixonenses, ou se existe uma relação de causalidade entre a chegada e o aparecimento da dita, resta esclarecer se a merda já lá se encontrava antes da passagem dos autores do escrito.

2. “Viemos, ah, merda!“

Esta exclamação poderá ter origem num sentimento que assaltou ao espírito do recém-chegado que se terá esquecido, quiçá, do telemóvel.

Ficamos assim com 3 hipóteses perfeitamente viáveis para solucionar a questão. Caso o caro leitor se recorde de mais alguma, o seu input será obviamente sempre bem-vindo e bem-empregue. Melhor ainda, se alguém do Leixões Power me puder ajudar a esclarecer esta questão, ficar-lhe-ia imensamente grato.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Até já


A pressa em terminar o meu percurso académico acabou por deixar algumas prioridades para trás, e sim, a entrada no mercado de trabalho, ainda que profícua e com relativo sucesso, deixou algumas mazelas.

Fiz a minha parte...

Estas duas semanas de férias, ninguém m'as tira ou critica!! :D

domingo, julho 30, 2006

Pode repetir?


Está instituido pela sociedade moderna que não é tanto o que dizemos que importa, mas sim como o dizemos.

Assistimos diariamente a verdadeiros licenciados em chico-espertismo, cuja forma de vida consiste na elaboração de discursos frívolos pejados de palavras caras. Ninguém percebeu o que o orador disse, mas disse-o muito bem.

Sendo que uma das minha múltiplas personalidades é uma verdadeira fã do ridiculo, tenho algum gosto em ler as criticas de teatro, música e cinema - que habitam algures nas páginas finais dos jornais generalistas - e o esforço dos seus autores para fazer com que cada pedaço se assemelhe a uma tese simultânea de pós-graduação, mestrado e doutoramento em escrita pomposa, enfatuada e desprovida de conteúdo.

Senhores e senhores, sem mais prolegómenos, apresento-vos um excerto:

Relativamente ao filme Brisa de Mudança:

"Loach exibe uma tendência para o maniqueísmo mais grotesco e para o desleixo formal, fazendo ainda uma apologia dos oprimidos contra os opressores cheia de uma retórica ética tonitruante."

Pedro Mexia, in Diário de Notícias

quarta-feira, julho 26, 2006

Lei de Murphy


O salto de pára-quedas é um desporto que envolve alguns riscos, e ainda que a estatística assegure que estes são minimos, a
inda assim, confesso que a perspectiva de me encontrar a 12.000 pés do chão - e não ter asas - não me puxa por aí além.

Este é o género de problemática que normalmente origina um interessante diálogo entre dois antagonistas, o Optimista e o Pessimista:

Pessimista: E se o pára-quedas não abrir?
Optimista: Mas já viste a probabilidade de não abrir?! Deve rondar os muito poucos por cento.
Pessimista: Tudo bem, mas imaginemos que não abre...
Optimista: Ainda tens o pára-quedas sobressalente...
Pessimista: E se esse não abrir?
Optimista: Mas já viste a probabilidade de não abrir?!
Pessimista: Mas não foi isso que disseste do primeiro pára-quedas...?


domingo, julho 23, 2006

A tradição já não é o que era


A sociedade portuguesa mudou muito. Longe vão os tempos em que ao entrar num taxi, num café ou num restaurante, a probabilidade de depararmos com o frondoso bigode do proprietário era de níveis muito próximos de 100%.

É verdade que, no caso dos cafés e restaurantes, era constante verificar que a patroa também ostentava um farfalhudo ornamento piloso logo abaixo do nariz (no taxi obviamente isso não acontece, até porque a patroa não viaja com o patrão), o que ajudava a fazer subir a média, contudo isso em nada defrauda o real valor desta cientifica estatística. Prova disso, é o facto de largas vezes o patrão afirmaria que “em casa mando eu, e a patroa manda em mim...”, ao que se seguiria um riso histérico seguido de um estertor de catarro provocado por muitos anos de cigarrinho junto ao fogão, ou por cima do “peixe fresquinho”.

Hoje em dia as coisas tornam-se cada vez mais esterilizadas, a higiene e saúde estão na ordem do dia e mesmo os mais tradicionais estabelecimentos começam a enveredar pela via da sofisticação. É vê-los, os empregados, muito altivos e engomados, fazendo com que cada tasca se pareça com o melhor chez pierre.

Como resultado disto cada vez encontro menos pelos e cabelos no meu prato (o que até agradeço), mas infelizmente a comida cada vez sabe pior...

sábado, julho 15, 2006

Pop Art


De forma a obter um triunfo nas tabelas dos mais vendidos, os artistas/editoras escolhem estratégicamente as melhores músicas dos seus álbuns para figurar como singles de apresentação.

Pensando em artistas sérios da pop mundial - como Britney Spears, James Blunt, Mel C, entre outros de tanto valor - assusta-me um bocado pensar que os seus CD's são maioritariamente compostos por músicas que eles próprios consideram ser piores que esses tais singles...

quarta-feira, julho 12, 2006

E se...


...vissem o cozinheiro sair da mesma casa-de-banho onde estiveram um minuto antes, e na qual sabem que o saboneteiro está esgotado?

quinta-feira, julho 06, 2006

Tentar de novo


Sou o filho do meio duma fraternidade composta por 3 rapazes, cuja progenitora assume - de forma enfática - que desde a primeira tentativa esperava obter um elemento do sexo oposto, no entanto teve sempre azar na lotaria.

Poder-se-ia divagar acerca dos efeitos que tem sobre a psique de um jovem, saber que fomos uma desilusão para a nossa própria progenitora desde o segundo zero da nossa vida, mas reservo esse assunto para um post posterior.

Isto porque, não satisfeita com o facto de assumir que fomos um erro de casting, achou por bem informar-nos que os nossos nomes teriam sido - por ordem cronológica - Mariana, Margarida e Francisca.

Uma vez na posse desta informação, sinto-me na obrigação de indagar:

Se nunca chegou a ter uma filha, porque raio é que o nome escolhido mudou?!

quinta-feira, junho 29, 2006

À prova de pais


Por esta altura, já todos nos deparámos com aqueles xaropes para a tosse cujas tampas são à prova de crianças.

O suposto alvo desta medida de segurança consiste em toda uma geração que ao longo dos anos tem demonstrado uma capacidade inata para usar um teclado, um rato e, numa fracção de segundos, habituar-se aos comandos de 10 consolas diferentes, como se tivesse nascido com eles colados às mãos.


Estamos a falar de um conjunto de pequenas criaturas, cuja coordenação dos movimentos lhes permite escrever sms à velocidade da luz e fazer combinações de 20 botões diferentes para desferir toda a espécie de golpes e acrobacias em jogos verdadeiramente masoquistas. Tudo isto enquanto inventam uma linguagem própria para escrever no messenger.

Não obstante os pontos referidos, a genial medida de segurança consiste em pressionar a tampa antes de a desenroscar...

A minha pergunta é
:

- Quantos pais serão capazes de abrir a malfadada garrafa sem a ajuda dos putos?

domingo, junho 25, 2006

Vamos, gritaram eles


Segundo o Petit Robert, um famoso dicionário francês, a palavra Allez surge da conjugação do verbo Aller na 2ª pessoa do plural, sendo que em Português a tradução directa seria Ide, se bem que neste caso específico se possa entender como um Vamos.

Ora, a dada altura, esse tal de Allez parece ter sido adoptado pelo orgulhoso povo português para que, no auge da sua euforia patrioteira, possa incentivar a sua selecção de futebol. Podiamos berrar Força, Vamos, ou ir mais longe e berrar Mexam-me esse cú, ou tão somente gritar Portugal. Ao invés optamos por berrar a plenos pulmões Portugal Allez.

Não obstante o que possa significar, ou até mesmo a relevância do apelo, não deixa de ser uma palavra do dicionário francês.

Ainda que por vezes acusado de contumácia, preservo a minha renitência em participar desse apelo, mantendo-me fiel à minha opinião: Não será uma antitese apregoar patriotismo utilizado uma língua estrangeira...?

terça-feira, junho 20, 2006

Lamas de Olo


O nível de Ozono pelo qual passa a haver perigo para a saúde pública, foi ultrapassado a semana passada em quatro concelhos de Portugal: Maia, Matosinhos, Valongo e Viana do Castelo. Sempre atento ao factos relevantes, um conhecido canal generalista - chamemos-lhe TVI - terá tido conhecimento que a pacata aldeia de Lamas de Olo teria sido especialmente atingida por este fenómeno atmosférico.

Para os menos dados à geografia nacional, Lamas de Olo é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Real, com uma área de cerca de 30 km² divididos por 177 habitantes, cuja idade média deverá rondar os 70 anos, e com habilitações literárias algures ao nível do ensino primário.

Em relação a este último facto, não é possível afirmar com certeza, até porque à pergunta "Quais as suas habilitações?", os habitantes terão respondido orgulhosamente que tinham electricidade, televisão, água canalizada, ou uma mistura dos três.

Não obstante estes dados, o valoroso repórter achou que faria sentido indagar os idosos habitantes sobre o que pensavam da elevada concentração de Ozono que se tinha abatido sobre a terreola, e se isso teria afectado o seu quotidiano delirante.

Surpreendemente, a populaça parecia desconhecer esse tal de Ozónio, até porque, segundo palavras da Dona Carmelinda - “Cá na terra, a gente não gosta muito dessa estrangeirada...”

domingo, junho 18, 2006

Pontuação final


O Ministério da Educação propôs a original iniciativa de colocar os encarregados de educação a avaliar os professores dos seus próprios rebentos. A proposta de alteração do estatuto da carreira docente prevê que cada encarregado de educação avalie o desempenho de cada professor, sendo que essa apreciação vai contribuir para a subida de escalão, juntamente com outros elementos.

Numa história relacionada, a Escola Básica do 1º ciclo de São Gonçalo, no Lumiar, esteve encerrada a semana passada, por decisão dos professores, depois de uma docente ter sido avaliada por familiares de um aluno do estabelecimento.

Ao que parece os encarregados de educação deste petiz terão resolvido antecipar a decisão da ministra da educação, e resolveram começar já a pontuação desta professora. Ao que parece o score final terá sido de 7 pontos em 20 possíveis, isto é, 7 pontos na nuca em 20 espalhados pelo resto do corpo...

Estes empenhados encarregados de educação comentaram que achavam esta medida positiva, e que mal podem esperar pelo final do trimestre para avaliar os outros professores.

segunda-feira, junho 12, 2006

Como disse?


xouh xo euh, ouh ah rexent maniah d excrevere td com “x”, “k”, “h”, "ç", abrviaturash e shem pontuashao, eh alem d irritant, kompletament incumpreençivel?

cushta mtu excrvere cm nus enxinaram na excola?! xega a 1 pto im k n perçebu putu du q extah eschrituh... xe foçem levar nah peidah maix a excritah krida...

ash minhash deshculpash por algum erru d çintaxeh, mass inda xou 1 prnxipiant nextas coixas...

xauix e bjs!!

quinta-feira, junho 08, 2006

Quero ouvir essas palmas!


É com um orgulho contido que venho por este meio anunciar que, enfatizadas desde o dia 7 de Março de 1957 – data da primeira emissão da RTP, pelo menos para o continente - as palminhas à portuguesa atingiram o seu apogeu.

Quem está menos atento aos fenómenos sociológicos, estará neste momento a indagar-se em silêncio: “Mas, de que raio está o moço a falar?!”; o que só lhe fica bem, até porque é o conhecimento que leva ao progresso, e qual pequeno Arquimedes poderá assertivamente exclamar: “EUREKA!”, ou “COISA!” (como já foi demonstrado pel’O Homem Duplicado no dia 13 de Maio de 2006).

Não obstante, voltando ao assunto em questão, hoje em dia não há programa acompanhado de público, cujos constituintes deste último não estejam formatados à priori para se demonstrar agradados com todo e qualquer comentário que saia da boca do locutor de serviço.

Sendo assim, é vê-lo (o público) sentado em posição fecal – também denominada de posição para cagar – com os braços ligeiramente estendidos, de forma a que os ossos do rádio e da ulna fiquem perfeitamente paralelos ao osso da perna, com as mãos, normalmente distanciadas em cerca de um ¼ de metro, formando conchas.


Com uma concentração e um empenho louváveis, têm por objectivo único fazer as palmas eclodir de forma estrondosa ao mínimo abrandamento do discurso, cujo conteúdo, por mais constrangedor que seja, é obviamente puramente acessório. Na realidade, a malta só está lá para bronzear as palmas das mãos...

segunda-feira, junho 05, 2006

Armagedeão


A próxima terça-feira será, para os crentes, supersticiosos e teóricos da conspiração em geral, um dia de risco.

Isto porque os dígitos desse dia, 6 do mês 6, do ano do 2º milénio, formam o malfadado 666, também conhecido como o número da besta.

Não sou propriamente uma pessoa muito dada a crenças e supestições, na realidade, e apesar de ter tido uma educação católica, sou um ateu convicto. Não obstante, ontem vislumbrei algo que me fez repensar as minhas certezas.

Nesse mesmo dia, a TVI vai transmitir em directo o concerto de apresentação do novo álbum dos D'ZRT. Alguns dirão que não percebem a analogia, contudo se ponderarem bem no assunto, irão concordar que é uma brutal coincidência esse evento ter lugar precisamente no dia da besta... até porque "besta" seria o adjectivo preferencial que utilizaria para um fã da dita banda.

sábado, junho 03, 2006

Ao menos uma vez


Este ano não há campanha publicitária que me consiga ganhar:

A todos um bom Natal!!

quinta-feira, junho 01, 2006

Sociedade de consumo


Quem ainda não assistiu a um anúncio da Leopoldina e do mundo encantado dos brinquedos?

Imagino que um petiz menos abonado que, no intervalo de tentar apanhar mais uma esmola* do chão com os 3 dedos que sobram da sua mão funcional, tenha conseguido vislumbrar - através de um dos muitos ecrãs de plasma espalhados por essa rede de metro fora - esse bando de putos histéricos e mimados a cantar a última estrofe do refrão (qualquer coisa como “Brinquedos, brinquedos, eles são a nossa maior alegria!”), sinta uma certa vontade de lhes dar uma valente sova e levar-lhes os telemóvel ou uns trocos que tenham na sua carteira Nike de 300 euros...


Poupem-me as teorias da treta, vejam lá se vos custa muito dar a moedinha...?!

* Que provavelmente servirá para alimentar o vício de um pai bêbado e/ou de uma mãe drogada...

segunda-feira, maio 29, 2006

Dura Lex, Sed Lex...


Sim, confesso, a capacidade de resposta não foi a melhor, e este assunto por esta altura já terá barbas. No entanto, o gap entre o dia do acontecimento e a publicação deste post, deve-se unicamente ao leque de emoções que vivi durante todo este processo.

Tal como meio Portugal, não pude deixar de rir ao ver o Nuno Gomes e o Petit em directo, muito inocentemente, a afirmar possuirem material pirata, inclusive filmes ainda não disponíveis para o grande público. Após pensar um pouco mais no assunto, o sentimento que se seguiu foi de alguma indignação advinda do facto destas duas personagens - que ganham num mês o que muitos não ganham numa vida - recorrerem à cópia ilegal.

Após estes dois sentimentos, ao qual se misturou uns pozinhos de sarcasmo e uns pinguinhos de ironia, fui presenteado com o sentimento de incredulidade ao saber que a FEVIP* resolveu agir, presenteando estes senhores com cópia originais de tudo o que possuiam em formato ilegal. Em troca exigiam apenas que os dois afirmassem em directo para a pequenada que pirataria é feio e não se faz. Fica por explicar como raio é que vão dar originais de filmes que ainda não estão disponíveis no mercado...
mas enfim...

Não obstante, na sequência de todos estes sentimentos que me assaltaram ao longo destes dias, finalmente atingi a aceitação. É verdade, estou inteiramente de acordo com a FEVIP.

Como tal, mais informo, que também sou o feliz possuidor de cópias ilegais de tudo e mais alguma coisa: filmes, jogos, software, o que houver. Gostaria de saber para onde posso enviar a minha listinha, de forma a que estes possa ser subsituidos pelos seus originais.

E se quiserem, em troca, até posso berrar que a pirataria é crime...

* Federação de Editores de Videogramas

sábado, maio 27, 2006

Com peso e medida


À falta de verdadeiras lutas, a aparência pessoal parece ser o único objectivo que resta à sociedade do novo milénio. Com maior ou menor dificuldade, mais ou menos sacrifícios, vai sendo possível afirmar que a mulher portuguesa é no mínimo interessante.

Ainda assim, recentemente, estando eu numa fila de uma famosa cadeia de fast-food, não pude deixar de notar que na fila ao lado se encontrava uma rapariga cujo porte físico se encontrava em limiares muito próximo daquilo que a classe médica denomina de obesidade mórbida.

Eu diria que tendo em conta a quantidade de lípidos já acumulados, a última coisa que ela precisava era de um Super Menu Big Mac, acompanhado de umas batatas a escorrer óleo e de um Sunday de caramelo (por cima e por baixo) para a sobremesa.

Acaba por ser irónico que, após este menu hipercalórico, tenha rematado o seu pedido com uma Coca-Cola Light.

quarta-feira, maio 24, 2006

Sai mais um bitaite


Tão ou mais vulgar que o bitoque à portuguesa, só mesmo o bitaite à portuguesa.

Habituados a séculos de glória, o povo lusitano amadureceu mesquinho, como se acreditasse que a sua felicidade se encontra associada à desgraça alheia. Esta faceta muito própria deste nosso cantinho à beira-mar plantado, revela-se nas mais pequenas coisas e é possível observá-lo em todo o seu esplendor em tudo o que nos rodeia: dos telejornais aos transportes públicos, do canal HORECA* aos centros comerciais, do nosso quarto ao nosso escritório, do fundo do mar ao cume do Evereste; Fulano terá sempre a mais legitima das opiniões sobre o que faz/fez o Cicrano.

Curiosamente, é, normalmente, mais célere a enveredar pelo comentário mordaz aquele que menos seguro se mostra das suas capacidades, ao invés daquele que realmente demonstra alguma valia. Nem todos os Tugas serão assim, concerteza, no entanto é por demais evidente, à falta de capacidade para serem os melhores, o desespero de alguns para demonstrarem que não são necessariamente os piores.

Em jeito de conclusão, qualquer comentário negativo a este e qualquer outro post será encarado como um bitaite, e como tal ignorado com o mais profundo desprezo :D


* O canal HORECA é composto pela Hotelaria, Restauração e Cafés

domingo, maio 21, 2006

Está na SIC o mundial


Foi ontem transmitido em directo do Estádio do Jamor, em Oeiras, mais um record do Guiness à portuguesa. Não olvidados do sucesso obtido com o logótipo humano do Euro2004, resolvemos repetir a gracinha e convidar tudo o que é cidadã a formar em conjunto as cores da bandeira nacional.

Poder-se-ia opinar se não seria útil ver este tipo de mobilização para problemas reais da nossa sociedade que não o futebol, contudo vamos evitar a crítica fácil e congratular estas filhas da pátria pelo enorme esforço a que se propuseram.

Ao contrário do que se possa pensar, não me estou a referir às horas de fila que tiveram de suportar, não me refiro tampouco às horas de espera em pé no seu pedaço de relvado esperando que a bandeira se fosse formando, muito menos me refiro ao facto de terem conseguido não privar de oxigénio as hiper-activas “jornalistas” da Sic Mulher...

Acima de tudo, a minha gratidão por, em prol da minha bandeira (e 5 minutos de fama, vá lá) terem aceite ouvir durante 3 horas o inenarrável* jingle da SIC para o mundial da alemanha.


* por acaso já narrado pel’O Homem Duplicado a 12 de Abril de 2006

quinta-feira, maio 18, 2006

Sai de baixo


Creio que não irei ofender ninguém ao afirmar que o avião é uma das grandes invenções que revolucionaram o século XX. Não obstante, e em claro contraste com a evolução tecnológica que têm vindo a sofrer desde os tempos gloriosos de Santos Dumont e dos irmãos Wright, as medidas de segurança em caso de avaria e/ou erro humano aparentam ter estagnado antes do tempo.

Se se der o caso de nunca terem realizado uma travessia aérea, ficam desde já a saber que, antes de qualquer descolagem, as atenciosas hospedeiras - juntamente com o seu inseparável folheto - chamam a atenção para algumas normas de segurança indispensáveis à nossa sobrevivência no caso das coisas azedarem. Antes de tudo, é-nos suplicado nunca esquecer de colocar o cinto de segurança quando estamos sentados, sendo que este, ao contrário das sofisticadas peças de engenharia que utilizamos nos veículos terrestres, mais não é do que uma simples tira de pano, encontrando-se (normalmente) já em avançado estado de putrefacção. Além deste ponto vital, o garantir que as costas da cadeira estejam direitas na altura da descolagem e da aterragem é também um must, ao qual se juntam os coletes de salvação, as máscaras de oxigénio e as saídas de emergência.

Até aprecio a preocupação e o sofrível esforço das eloquentes assistentes de bordo, mas, e sem querer soar alarmista, tendo em conta que estamos a discorrer sobre um charuto voador que em caso de avaria tem o poder de sustentação de um calhau em queda livre, esqueçam lá essas mariquices e tragam-me o meu pára-quedas, s.f.f.

quarta-feira, maio 17, 2006

Iu ispique ingliche?


Recebi recentemente num email a seguinte piada:

Devido ao risco da gripe das aves, o Bush decidiu bombardear as Canárias e o Peru!

A piada per si já não é transcendente, mas o pior é a ignorância latente.

Se reflectirmos bem na matéria em discussão, se se desse o caso, o Bush iria bombardear, não as Canárias e o Peru mas sim, as Canárias e a Turquia.

Mais atenção da próxima vez, obrigado.

segunda-feira, maio 15, 2006

Está aberta a sessão


Como forma de protesto face à alteração de horário imposta pela 2: para a transmissão da hora e meia semanal do parlamento, os deputados optaram por não comparecer às filmagens, deixando a RTP com uma hora e meia de uma sala vazia.

Apesar das audiências deste programa se encontrarem algures no fundo de uma qualquer tabela estatística (inclusive cavando um orifício para descer mais um bocadinho), a 2: estará aparentemente com o coração nas mãos e a respirante ofegante para resolver a questão da forma mais célere possível.

No sentido de serenar os ânimos, sinto-me na obrigação de recordar que, tendo em conta o nº de deputados que costuma participar nestas sessões, pouca diferença se notou antes e depois do protesto...

sábado, maio 13, 2006

Coisa e tal


A mair adenda à nossa língua materna foi obra desta e da anterior geração. Acredito que nunca antes na história da evolução do ser humano foi possível criar uma palavra que definisse tudo e absolutamente nada.

Hoje em dia, é impossível conceber um discurso que não inclua a palavra coiso ou coisa como o substituto preferencial de um outro substantivo momentaneamente olvidado. Sendo assim, uma banal cavaqueira incluirá por certo, entre outras tiradas igualmente geniais: aquela coisa, ou aquele coiso, que serve para fazer coisas.

Com a conjugação deste substantivo é possível gerar o mais pragmático e eficaz dos discursos, o que muito auxílio teria dado a algumas das mais influentes figuras do passado.

Passando a citar alguns exemplos:

Jesus Cristo: Tomai e comei todos, este é o meu... coiso;
Lavoisier: Nada de cria, nada se perde: tudo se... coisa;
Newton: Caiu-me uma... coisa em cima da cabeça;
Arquimedes: COISA!!
Cavaco Silva: Nunca me engano e raramente tenho... coisas.

terça-feira, maio 09, 2006

Passa por cima, pá!!


Em declarações recentes, o ministro da Administração Interna veio a público afirmar que era necessário harmonizar critérios para medir a sinistralidade nas estradas portuguesas.

Ousando alvitrar sobre este parecer, quero acreditar que se em determinada estrada, curva e/ou acesso, contar os falecidos com os dedos de duas mãos (e quem sabe dos pés) deixou de ser de todo viável, então, do fundo da minha arguta perspicácia, permitam-me inferir que, porventura, não seja essencial o apoio da estatística para deduzir que é necessário fazer alguma coisa...

Não obstante, e em abono da verdade, diversos percalços rodoviários seriam evitados se, graças a esses dados, as nossas forças de segurança não estivessem ocupadas a fazer contas de cabeça.

sábado, maio 06, 2006

Allons infantes da patrie

O

Um traço comum da classe emigrante portuguesa é o facto de, quando retornam à sua terra natal para umas merecidas férias, apresentarem alguma relutância em abrir mão do dialecto da seu pátria de residência. Quem nunca escutou naquela pronúncia tão característica os supimpas apelos lançados às suas crias quando estas empreendem aventurar-se pela imensidade dos mares revoltos do nosso litoral:

- Jean Pierre, viens ici!! Ne pas m'inciter à aller après toi!

Inexplicável é o facto de após o 5º ou 6º apelo, o hábito resvale e o polido francês seja trocado por um abrupto:

- João Pedro, cabrão do caralho, vem cá imediatamente!!

Há coisas que nunca se perdem...

quinta-feira, maio 04, 2006

Freudiano


Angelina Jolie, referiu recentemente numa insuspeita revista da especialidade, que fazia tenção de amamentar o seu primogénito.

Estou em crer que são este tipo de comentários que restauram toda a credibilidade do Édipo.


terça-feira, maio 02, 2006

Duas salvas de palmas


A crescente taxa de desemprego e o ostracismo a que são sujeitos os nossos idosos, são duas questões importantes e urgentes com que a nossa sociedade está a lutar. Não obstante, é com grande prazer que apresento aqui dois casos demonstrativos do combate eficaz que está a ser feito por parte de uma conhecida instituição para combater estes dois flagelos sociais.

O primeiro case study é de um cidadão de nome Santana Lopes. Ora, este senhor encontrava-se no desemprego após ter sido demitido (ao que parece com justa causa) pelo seu anterior patrão, um tal de Jorge Sampaio, sendo que desde então não mais conseguiu arranjar ocupação profissional. Após leitura atenta de uma qualquer revista generalista, pude constatar que foi contratado como consultor em direito pela... EDP. Não sei dizer ao certo quantas lâmpadas mudou nos últimos anos mas (pelo que tenho visto nas capas da Lux e da Caras) nunca o vi curvado e, tendo em conta que a conta de electricidade é um peso gigantesco nos ombros do contribuinte, ele poderá concerteza ajudar a corrigir algumas posturas menos correctas. Uma salva de palmas para esta empresa de instituição pública pelo seu imenso esforço na luta contra o desemprego.

O segundo case study é de um tal de Santana Lopes. Este senhor fez toda uma carreira de funcionário público nas câmaras da Figueira da Foz e de Lisboa, além de uma curta passagem pelo anterior governo, tendo-se reformado recentemente. Com uns orgulhosos 50 anos e uma miserável reforma de 5.000 euros mensais, pouco mais tinha para se ocupar do que dividir o seu tempo entre as revistas cor-de-rosa e as raras festas (semana sim, semana não) dadas pelas tias de cascais. Qual Hiparco, Santana foi ostracizado, e o seu conhecimento de experiência feito, de quem já muito viu e ouviu, estava a ser pura e simplesmente desperdiçado. A EDP apercebeu-se desta situação e, assaz perspicaz, compreendeu que estava ali um homem que muito sabia dos seus assuntos e contratou-o enquanto consultor em direito. Santana pode assim encarar a sua reforma com outra paz de espirito, não só porque volta a sentir-se útil mas também porque pode acrescentar mais 5.000 euros mensais à sua reforma, o que será concerteza um auxílio indispensável para chegar ao final do mês. Uma salva de palmas para esta instituição de utilidade pública pelo imenso esforço junto dos nossos reformados.

sábado, abril 29, 2006

Actualizem os vossos dicionários


Após os comentários de alguns ilustres face à pré-reforma imposta ao Sá Pinto, recomendo a seguinte adenda aos dicionários de língua portuguesa:

Desportivismo s. m.,

ética desportiva;
lealdade desportiva;
comportamento insultuoso constante perante árbitros e/ou adversários;
prática de pugilato com seleccionadores nacionais;
o m. q. desportismo.

sexta-feira, abril 28, 2006

Confissões de um adúltero de 3ª idade


Minha querida,


Espero que compreendas que é apenas natural que seja difícil aos homens mais velhos não se sentirem atraídos por mulheres mais novas. Se pegares na palavrra “hostilidade” - algo que tens demonstrado recentemente - basta trocar-te a “ti” por uma “pita”, e assim ficar com “hospitalidade”.

Posso ir contra muita coisa, mas não contra a minha língua materna...

P.S. É mesmo verdade, a pior parte de ser avô é ter que dormir com a avó... é que a gravidade não perdoa...

terça-feira, abril 25, 2006

25 de Abril sempre


Faz hoje 32 anos que um conjunto de homens desencadeou uma revolução (quase) pacífica para libertar Portugal de uma ditadura e de uma forma de vida que a minha geração nunca sentiu na pele. A cada ano que passa, o 25 de Abril vai perdendo algum do seu significado, e vai sendo aproveitado pelos diversos partidos políticos como mais um momento para difundir as suas críticas à oposição, e obviamente, a sua propaganda. Por tudo isto, é apenas natural que as novas gerações vão perdendo interesse na matéria e deixando lentamente morrer no esquecimento este ponto marcante na vida de Portugal.

Confesso que, como é normal, ao longo do ano me deixo absorver pelo meu quotidiano delirante - ele é o emprego, a namorada, os amigos, a família, o futebol, o governo, os impostos, a gasolina/gasóleo, etc. Bons e maus momentos, escândalos e surpresas, informação e desinformação. Mesmo hoje, estava mais preocupado em ter um dia de descanso, do que propriamente com o significado do dia em si.

Ainda assim, anos após ano, ao ver o telejornal e/ou os diversos programas dedicados ao tema, não consigo evitar que me fuja uma lágrima para o canto do olho ao ouvir o Paulo de Carvalho a cantar o "E depois do adeus", ou o Zeca Afonso com a sua "Grândola, vila morena", ou mesmo a emissão da RTP apresentando o MFA a Portugal.

Talvez nunca compreenda o que sentiram aqueles homens, e todo o nosso país, durante a revolução. Mas é bom, nem que seja uma vez por ano, olhar para trás, e dizer a esses homens, pela quota de responsabilidade que tiveram no meu Portugal e na minha vida, muito obrigado!

Mais vale prevenir...


Quando ainda não passávamos de uns petizes, eu e o meu irmão (um ano mais velho), tínhamos o feio hábito de andar à pancada por dá cá aquela palha. Naquelas intermináveis viagens rumo ao norte pela velhinha Nacional 1, os constantes conflitos atingiam níveis verdadeiramente insuportáveis para os meus pais.

A solução era sempre a mesma, ameaçar que nos deixavam logo ali à beira da estrada e, como tal, teríamos que voltar para casa sozinhos e a pé... Verdade ou mentira, pela via das dúvidas, lá íamos sossegadinhos por essa estrada fora.

Largos anos mais tarde, o meu Pai fez-se à estrada deixando o meu outro irmão (meia dúzia de anos mais novo) numa estação de serviço. Ao que parece, não terá sido por este se estar a portar de uma forma menos própria, mas sim por engano e por pensar que o jovem estaria a dormir no banco de trás.

Por via das dúvidas, agora sempre que viajo com os meus pais, faço os possíveis por não abrir a boca...


P.S. Caso encontrem um adolescente de 18 anos (provavelmente vestido com roupas demasiado pequenas para o seu tamanho) na área de serviço de Santarém, por favor devolvam-no porque temos saudades dele. Obrigado!

domingo, abril 23, 2006

Até sempre


Faz hoje uma semana que morreu um jovem actor de nome Francisco Adam. O facto de entrar numa telenovela de qualidade bastante duvidosa levaram a que fosse cabeça de cartaz no telejornal da TVI, aparecesse em todos os jornais e fosse vedeta de inúmeros blogues, emails e sms.

Um ano antes, ele teria feito parte da anónima estatistica à qual foram relegados as restantes 9 pessoas que morreram nas estradas durante esta páscoa.

Curiosamente, também a semana passada, faleceu aos 60 anos, vitima de cancro, a jornalista Helena Balsa. Desde sempre ligada à cultura, fez carreira na imprensa escrita e principalmente na televisão, tendo sido a fundadora da RTP Memória.


Por tudo isto teve direito a uma breve referência no telejornal da RTP, nos jornais pouco se viu, nos blogues, emails e sms nada...

Confesso que até há uma semana atrás pouco conhecia de qualquer um dos dois, mas estou em crer que se para com o Francisco Adam, pela sua juventude, a vida foi injusta, para com a Helena Balsa, por tudo o que foi e fez, a morte foi ingrata.

sexta-feira, abril 21, 2006

Para mais tarde recordar


Este é um dia histórico para este blog, na medida em que atingiu a singela marca dos 100 visitantes. Ainda que, (provavelmente) 90% das visitas fui eu próprio que fiz em diversos computadores diferentes...

Mas tendo em conta que também sofro de múltipla personalidade, a marca continua a ser relevante, já que isso significa que apesar de ter sido eu, na realidade não fui.

Esta é sobretudo uma marca importante na medida em que este é apenas o 1º passo do meu plano para dominar o mundo a médio/longo prazo com os meus amigos imaginários...

quinta-feira, abril 20, 2006

Não conheço, espero que ganhe


Todos conhecemos aquelas pessoas que dizem não ver e não gostar de futebol, mas que apesar disso são do “Clube x” ou do “Clube Y”.

A meu ver, isto faz tanto sentido como dizer que não gosto de wrestling, mas que o meu preferido é o Rock, que não vejo a quinta das celebridades, mas que espero que ganhe o Castelo Branco, ou que sou contra o terrorismo, mas o meu favorito é o Bin Laden.

quarta-feira, abril 19, 2006

Eterna Saudade


Se há coisa que eu noto que mudou desde a minha infância é o facto as pessoas terem deixado de morrer de velhice. Hoje em dia, um tipo bem pode bater a bota aos 120 anos que inevitavelmente terá sido devido a uma qualquer causa passível de diagnóstico clinico. Paragens cardíacas, enfartes, derrames, diarreias e outros que tais, são as verdadeiras causas da morte, a idade, essa, já não é para aqui chamada.

Recentemente ouvi dizer de uma pessoa que faleceu aos 90, que tinha sido vítima de “doença prolongada”. Suponho que se referem à vida em si, se não vejamos, começa pequena e frágil, cresce e fortalece-se, definha e inevitavelmente termina.


Enfim, quando vos disserem que o seguro morreu de velho, é mentira. Foi de embolia pulmonar...

segunda-feira, abril 17, 2006

Certificado de qualidade


Também na ordem do dia, está a possibilidade de se criar uma comissão que certifique os manuais a utilizar pelos professores nas suas respectivas disciplinas.

O facto do Irão ter anunciado que formou nada menos do que 40 mil homens-bomba, e tendo em conta que todos eles estudam o mesmo livro, acredito que esta medida irá melhorar o aproveitamento escolar dos nossos petizes.

Simplex


A redução do n.º de trabalhadores na função pública está na ordem do dia. Como bom cidadão proponho desde já dispensar os 220 deputados que faltaram à sessão da assembleia da república na passada quarta-feira, dia 12 de Abril.

Caso não seja suficiente, um fiscal que me acompanhe à Loja do Cidadão das Laranjeiras que me encarrego de apontar mais uns quantos dispensáveis nas secções das finanças e da segurança social.

quinta-feira, abril 13, 2006

E viva a bola!


Por muitos apelos, esforços e campanhas, ainda só existe uma mesa à qual todos têm orgulho de pertencer: a mesa clubística.

Não importa a raça, o credo, o estrato social, orientação politica ou sexual. Não importa os gostos que tem, a música que ouve, os filmes que vê ou os livros que lê. Não importa se é chefe, subalterno, assim-assim, antes pelo contrário ou vice-versa. Naquela hora e meia que dura uma partida de futebol (mais desconto, menos desconto), todos estes grupos se juntam para formar um só grupo de "homens de bem".

Não deixa de ser interessante pensar que poderiamos então dividir portugal (no máximo) em 5 grandes grupos, ao qual somariamos ainda os que se unem por não gostar de futebol - o que por mim tudo bem, que fosse sempre assim. Só é pena que 80% destes "homens de bem" sejam os mesmos que desprezamos durante todo o resto do tempo em que não estamos a pensar em futebol...

Já agora, ao próximo taxista que achar inteligente perguntar-me pelo "nosso benfica", sugiro veementemente a Vossa Excelência que procure receber contribuições inusitadas na cavidade retal...

quarta-feira, abril 12, 2006

Só para variar


Há quem diga que se ganhasse o euromilhões nunca mais trabalhava, outros há que apregoam que o que importa não é viver no cimo da montanha, mas sim subir a encosta.

Confesso que neste assunto tenho alguma dificuldade em tomar um partido, contudo, e tendo em conta que já subo a encosta há cerca de 1/4 de século, mostro-me desde já disponível para experimentar o topo da montanha.

Ah, poetas...


Numa daquelas sessões de televisão que se seguem após um dia de trabalho particularmente pouco interessante, o zapping assume dimensões verdadeiramente assustadoras...

Tive a sorte de parar num daqueles memoráveis anúncios de TV aos quais se lembraram que um jingle da moda ficava a matar.

Fruto de mentes brilhantes, verdadeiros artistas da nossa praça tão fantásticos como o Toy (o anjo vingador), é sempre bom saber que durante umas semanas poderei ouvir refrões tão inteligentes como "na, na, na, na, joga e brilha portugal!! Na, na, na, na, é na SIC o mundial!"...

Por incrível que pareça, o resto da música consegue ser ainda melhor que o refrão... Ainda há poetas...

terça-feira, abril 11, 2006

O Homem Duplicado


Sim, é o título de um livro do José Saramago (bom livro, por acaso), mas que pouco tem a ver com o conteúdo do blog.

Dizem que o plágio é a melhor forma de elogio, então porque não plagiar-me a mim mesmo e passar para o papel aquilo que penso?

Afinal de contas, a felicidade não está em fazer o que queremos e sim em querer o que fazemos.