Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

quinta-feira, junho 08, 2006

Quero ouvir essas palmas!


É com um orgulho contido que venho por este meio anunciar que, enfatizadas desde o dia 7 de Março de 1957 – data da primeira emissão da RTP, pelo menos para o continente - as palminhas à portuguesa atingiram o seu apogeu.

Quem está menos atento aos fenómenos sociológicos, estará neste momento a indagar-se em silêncio: “Mas, de que raio está o moço a falar?!”; o que só lhe fica bem, até porque é o conhecimento que leva ao progresso, e qual pequeno Arquimedes poderá assertivamente exclamar: “EUREKA!”, ou “COISA!” (como já foi demonstrado pel’O Homem Duplicado no dia 13 de Maio de 2006).

Não obstante, voltando ao assunto em questão, hoje em dia não há programa acompanhado de público, cujos constituintes deste último não estejam formatados à priori para se demonstrar agradados com todo e qualquer comentário que saia da boca do locutor de serviço.

Sendo assim, é vê-lo (o público) sentado em posição fecal – também denominada de posição para cagar – com os braços ligeiramente estendidos, de forma a que os ossos do rádio e da ulna fiquem perfeitamente paralelos ao osso da perna, com as mãos, normalmente distanciadas em cerca de um ¼ de metro, formando conchas.


Com uma concentração e um empenho louváveis, têm por objectivo único fazer as palmas eclodir de forma estrondosa ao mínimo abrandamento do discurso, cujo conteúdo, por mais constrangedor que seja, é obviamente puramente acessório. Na realidade, a malta só está lá para bronzear as palmas das mãos...

1 comentário:

Pacheco disse...

É por isso que o estupido do Malato e a camela da Bárbara Guimarães ainda apresentam seja lá o que for! Está na altura de passarmos uma caçadeira para as mãos desse estimado público