Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

domingo, julho 30, 2006

Pode repetir?


Está instituido pela sociedade moderna que não é tanto o que dizemos que importa, mas sim como o dizemos.

Assistimos diariamente a verdadeiros licenciados em chico-espertismo, cuja forma de vida consiste na elaboração de discursos frívolos pejados de palavras caras. Ninguém percebeu o que o orador disse, mas disse-o muito bem.

Sendo que uma das minha múltiplas personalidades é uma verdadeira fã do ridiculo, tenho algum gosto em ler as criticas de teatro, música e cinema - que habitam algures nas páginas finais dos jornais generalistas - e o esforço dos seus autores para fazer com que cada pedaço se assemelhe a uma tese simultânea de pós-graduação, mestrado e doutoramento em escrita pomposa, enfatuada e desprovida de conteúdo.

Senhores e senhores, sem mais prolegómenos, apresento-vos um excerto:

Relativamente ao filme Brisa de Mudança:

"Loach exibe uma tendência para o maniqueísmo mais grotesco e para o desleixo formal, fazendo ainda uma apologia dos oprimidos contra os opressores cheia de uma retórica ética tonitruante."

Pedro Mexia, in Diário de Notícias

quarta-feira, julho 26, 2006

Lei de Murphy


O salto de pára-quedas é um desporto que envolve alguns riscos, e ainda que a estatística assegure que estes são minimos, a
inda assim, confesso que a perspectiva de me encontrar a 12.000 pés do chão - e não ter asas - não me puxa por aí além.

Este é o género de problemática que normalmente origina um interessante diálogo entre dois antagonistas, o Optimista e o Pessimista:

Pessimista: E se o pára-quedas não abrir?
Optimista: Mas já viste a probabilidade de não abrir?! Deve rondar os muito poucos por cento.
Pessimista: Tudo bem, mas imaginemos que não abre...
Optimista: Ainda tens o pára-quedas sobressalente...
Pessimista: E se esse não abrir?
Optimista: Mas já viste a probabilidade de não abrir?!
Pessimista: Mas não foi isso que disseste do primeiro pára-quedas...?


domingo, julho 23, 2006

A tradição já não é o que era


A sociedade portuguesa mudou muito. Longe vão os tempos em que ao entrar num taxi, num café ou num restaurante, a probabilidade de depararmos com o frondoso bigode do proprietário era de níveis muito próximos de 100%.

É verdade que, no caso dos cafés e restaurantes, era constante verificar que a patroa também ostentava um farfalhudo ornamento piloso logo abaixo do nariz (no taxi obviamente isso não acontece, até porque a patroa não viaja com o patrão), o que ajudava a fazer subir a média, contudo isso em nada defrauda o real valor desta cientifica estatística. Prova disso, é o facto de largas vezes o patrão afirmaria que “em casa mando eu, e a patroa manda em mim...”, ao que se seguiria um riso histérico seguido de um estertor de catarro provocado por muitos anos de cigarrinho junto ao fogão, ou por cima do “peixe fresquinho”.

Hoje em dia as coisas tornam-se cada vez mais esterilizadas, a higiene e saúde estão na ordem do dia e mesmo os mais tradicionais estabelecimentos começam a enveredar pela via da sofisticação. É vê-los, os empregados, muito altivos e engomados, fazendo com que cada tasca se pareça com o melhor chez pierre.

Como resultado disto cada vez encontro menos pelos e cabelos no meu prato (o que até agradeço), mas infelizmente a comida cada vez sabe pior...

sábado, julho 15, 2006

Pop Art


De forma a obter um triunfo nas tabelas dos mais vendidos, os artistas/editoras escolhem estratégicamente as melhores músicas dos seus álbuns para figurar como singles de apresentação.

Pensando em artistas sérios da pop mundial - como Britney Spears, James Blunt, Mel C, entre outros de tanto valor - assusta-me um bocado pensar que os seus CD's são maioritariamente compostos por músicas que eles próprios consideram ser piores que esses tais singles...

quarta-feira, julho 12, 2006

E se...


...vissem o cozinheiro sair da mesma casa-de-banho onde estiveram um minuto antes, e na qual sabem que o saboneteiro está esgotado?

quinta-feira, julho 06, 2006

Tentar de novo


Sou o filho do meio duma fraternidade composta por 3 rapazes, cuja progenitora assume - de forma enfática - que desde a primeira tentativa esperava obter um elemento do sexo oposto, no entanto teve sempre azar na lotaria.

Poder-se-ia divagar acerca dos efeitos que tem sobre a psique de um jovem, saber que fomos uma desilusão para a nossa própria progenitora desde o segundo zero da nossa vida, mas reservo esse assunto para um post posterior.

Isto porque, não satisfeita com o facto de assumir que fomos um erro de casting, achou por bem informar-nos que os nossos nomes teriam sido - por ordem cronológica - Mariana, Margarida e Francisca.

Uma vez na posse desta informação, sinto-me na obrigação de indagar:

Se nunca chegou a ter uma filha, porque raio é que o nome escolhido mudou?!