Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

terça-feira, abril 28, 2009

A idade da inocência

Estou convicto que a idade ideal para namorar é até aos 12 anos.

Tendo dito isso, e tendo a convicção que uma grande parte dos leitores - que espantosamente se deram ao trabalho de ler uma frase que seja - já correram para as autoridades competentes para anunciar que o Fritzl chegou finalmente a terras Lusas, gostaria que os que ficaram me dessem uma ténue chance de me explicar.

É certo que há aqueles que amadurecem mais cedo, por exemplo os espermatozóides que originaram o Chuck Norris já tinham barba, e aquando do seu nascimento a primeira coisa a sair do ventre da sua mãe foi um pontapé voador que deixou K.O. a parteira. É certo que sim, mas a grande maioria da canalha míuda entra na idade da estupidez aos 13 anos (também conhecido como adolescência).

Até lá, as amizades são uma questão geográfica, ou seja: "Estás aqui, partilhas o meu espaço, só podemos ser amigos". Os amigos são os vizinhos ou toda e qualquer forma de vida que tenha doces ou brinquedos melhores que os nossos (a comida de cão e a terra dos vazos pode ser incluída neste grupo).

Na realidade, o processo de namoro não é muito diferente. A moça está no jardim, a brincar na relva ou no caixotinho de areia (não o do gato, mas aquele onde se fazem castelos). O moço aproxima-se, limpa o chocolate da boca com a manga esquerda, o ranho do nariz com a manga direita, aproxima-se devagarinho e prega uma lambada na jovem que tanto o atrai: parabéns, são agora um casal.

Após este período, a coisa complica-se. O cortejar de uma jovem implica conversa, saídas, jantares e bebidas. É preciso entretê-las, mostrar qualidades, mostrar que somos um bom partido *. A lambada é agora ilegal, a lambida mais vale nem ir por aí.


* Ocasionalmente é necessário guerrilhar com outros potenciais interessados... o último que se meteu comigo foi o Super-homem, quem perdesse tinha que andar com a roupa interior por fora das calças.

quinta-feira, abril 09, 2009

Dead man walking

No decorrer da vida profissional de um colarinho branco, parece ser bastante comum o utilizar de sapatos desconfortáveis. Conta a lenda* que isto se deve ao facto de a maioria padecer de empregos aborrecidos, casamentos pouco entusiasmantes e vidas deprimentes, e como tal vêm como ponto alto do seu dia-a-dia o momento em que tiram os sapatos dos pés.

Há uns meses valentes, quantos não sei ao certo, desempregado momentaneamente e por opção própria, resolvi dar uma passeata à Tailândia. Duas semanas, coisa pouca, onde palmilhei mais quilómetros a pé do que muitos carros com menos de 2 anos. Durante todo esse período usei ténis, esse calçado prodigioso, confortável e impermeável, cuja única pequena falha técnica consiste no facto de não permitir aos pés "respirar" como lhes convém.

O clima tropical aliado à marcha forçada fizeram o seu trabalho, tudo o que o pé suou, o ténis guardou com carinho. Passado estes meses, o odor corporal entranhou-se, deu-se às mil maravilhas com as fibras dos ténis, ficaram amigos e agora vão juntos a todo lado. Cresceu, mutou-se, tornou-se independente, tirou um curso superior e desconfio que em breve estará a caminho de um MBA. Há determinadas noites em que leva o meu carro sem pedir autorização, é reconhecido na vizinhança e irrita-me que tenha uma vida social mais interessante que a minha... se o virem por aí, digam-lhe que temos saudades e queremos que volte para casa.

*Costumava "Rezar a lenda", mas ficou chocada com os comentários do Papa sobre profiláticos...

domingo, abril 05, 2009

Lady boy

Ajudem-me, não sei se devo colocar uma etiqueta de "Desporto" ou de "Homossexualismo"...