Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

sábado, abril 29, 2006

Actualizem os vossos dicionários


Após os comentários de alguns ilustres face à pré-reforma imposta ao Sá Pinto, recomendo a seguinte adenda aos dicionários de língua portuguesa:

Desportivismo s. m.,

ética desportiva;
lealdade desportiva;
comportamento insultuoso constante perante árbitros e/ou adversários;
prática de pugilato com seleccionadores nacionais;
o m. q. desportismo.

sexta-feira, abril 28, 2006

Confissões de um adúltero de 3ª idade


Minha querida,


Espero que compreendas que é apenas natural que seja difícil aos homens mais velhos não se sentirem atraídos por mulheres mais novas. Se pegares na palavrra “hostilidade” - algo que tens demonstrado recentemente - basta trocar-te a “ti” por uma “pita”, e assim ficar com “hospitalidade”.

Posso ir contra muita coisa, mas não contra a minha língua materna...

P.S. É mesmo verdade, a pior parte de ser avô é ter que dormir com a avó... é que a gravidade não perdoa...

terça-feira, abril 25, 2006

25 de Abril sempre


Faz hoje 32 anos que um conjunto de homens desencadeou uma revolução (quase) pacífica para libertar Portugal de uma ditadura e de uma forma de vida que a minha geração nunca sentiu na pele. A cada ano que passa, o 25 de Abril vai perdendo algum do seu significado, e vai sendo aproveitado pelos diversos partidos políticos como mais um momento para difundir as suas críticas à oposição, e obviamente, a sua propaganda. Por tudo isto, é apenas natural que as novas gerações vão perdendo interesse na matéria e deixando lentamente morrer no esquecimento este ponto marcante na vida de Portugal.

Confesso que, como é normal, ao longo do ano me deixo absorver pelo meu quotidiano delirante - ele é o emprego, a namorada, os amigos, a família, o futebol, o governo, os impostos, a gasolina/gasóleo, etc. Bons e maus momentos, escândalos e surpresas, informação e desinformação. Mesmo hoje, estava mais preocupado em ter um dia de descanso, do que propriamente com o significado do dia em si.

Ainda assim, anos após ano, ao ver o telejornal e/ou os diversos programas dedicados ao tema, não consigo evitar que me fuja uma lágrima para o canto do olho ao ouvir o Paulo de Carvalho a cantar o "E depois do adeus", ou o Zeca Afonso com a sua "Grândola, vila morena", ou mesmo a emissão da RTP apresentando o MFA a Portugal.

Talvez nunca compreenda o que sentiram aqueles homens, e todo o nosso país, durante a revolução. Mas é bom, nem que seja uma vez por ano, olhar para trás, e dizer a esses homens, pela quota de responsabilidade que tiveram no meu Portugal e na minha vida, muito obrigado!

Mais vale prevenir...


Quando ainda não passávamos de uns petizes, eu e o meu irmão (um ano mais velho), tínhamos o feio hábito de andar à pancada por dá cá aquela palha. Naquelas intermináveis viagens rumo ao norte pela velhinha Nacional 1, os constantes conflitos atingiam níveis verdadeiramente insuportáveis para os meus pais.

A solução era sempre a mesma, ameaçar que nos deixavam logo ali à beira da estrada e, como tal, teríamos que voltar para casa sozinhos e a pé... Verdade ou mentira, pela via das dúvidas, lá íamos sossegadinhos por essa estrada fora.

Largos anos mais tarde, o meu Pai fez-se à estrada deixando o meu outro irmão (meia dúzia de anos mais novo) numa estação de serviço. Ao que parece, não terá sido por este se estar a portar de uma forma menos própria, mas sim por engano e por pensar que o jovem estaria a dormir no banco de trás.

Por via das dúvidas, agora sempre que viajo com os meus pais, faço os possíveis por não abrir a boca...


P.S. Caso encontrem um adolescente de 18 anos (provavelmente vestido com roupas demasiado pequenas para o seu tamanho) na área de serviço de Santarém, por favor devolvam-no porque temos saudades dele. Obrigado!

domingo, abril 23, 2006

Até sempre


Faz hoje uma semana que morreu um jovem actor de nome Francisco Adam. O facto de entrar numa telenovela de qualidade bastante duvidosa levaram a que fosse cabeça de cartaz no telejornal da TVI, aparecesse em todos os jornais e fosse vedeta de inúmeros blogues, emails e sms.

Um ano antes, ele teria feito parte da anónima estatistica à qual foram relegados as restantes 9 pessoas que morreram nas estradas durante esta páscoa.

Curiosamente, também a semana passada, faleceu aos 60 anos, vitima de cancro, a jornalista Helena Balsa. Desde sempre ligada à cultura, fez carreira na imprensa escrita e principalmente na televisão, tendo sido a fundadora da RTP Memória.


Por tudo isto teve direito a uma breve referência no telejornal da RTP, nos jornais pouco se viu, nos blogues, emails e sms nada...

Confesso que até há uma semana atrás pouco conhecia de qualquer um dos dois, mas estou em crer que se para com o Francisco Adam, pela sua juventude, a vida foi injusta, para com a Helena Balsa, por tudo o que foi e fez, a morte foi ingrata.

sexta-feira, abril 21, 2006

Para mais tarde recordar


Este é um dia histórico para este blog, na medida em que atingiu a singela marca dos 100 visitantes. Ainda que, (provavelmente) 90% das visitas fui eu próprio que fiz em diversos computadores diferentes...

Mas tendo em conta que também sofro de múltipla personalidade, a marca continua a ser relevante, já que isso significa que apesar de ter sido eu, na realidade não fui.

Esta é sobretudo uma marca importante na medida em que este é apenas o 1º passo do meu plano para dominar o mundo a médio/longo prazo com os meus amigos imaginários...

quinta-feira, abril 20, 2006

Não conheço, espero que ganhe


Todos conhecemos aquelas pessoas que dizem não ver e não gostar de futebol, mas que apesar disso são do “Clube x” ou do “Clube Y”.

A meu ver, isto faz tanto sentido como dizer que não gosto de wrestling, mas que o meu preferido é o Rock, que não vejo a quinta das celebridades, mas que espero que ganhe o Castelo Branco, ou que sou contra o terrorismo, mas o meu favorito é o Bin Laden.

quarta-feira, abril 19, 2006

Eterna Saudade


Se há coisa que eu noto que mudou desde a minha infância é o facto as pessoas terem deixado de morrer de velhice. Hoje em dia, um tipo bem pode bater a bota aos 120 anos que inevitavelmente terá sido devido a uma qualquer causa passível de diagnóstico clinico. Paragens cardíacas, enfartes, derrames, diarreias e outros que tais, são as verdadeiras causas da morte, a idade, essa, já não é para aqui chamada.

Recentemente ouvi dizer de uma pessoa que faleceu aos 90, que tinha sido vítima de “doença prolongada”. Suponho que se referem à vida em si, se não vejamos, começa pequena e frágil, cresce e fortalece-se, definha e inevitavelmente termina.


Enfim, quando vos disserem que o seguro morreu de velho, é mentira. Foi de embolia pulmonar...

segunda-feira, abril 17, 2006

Certificado de qualidade


Também na ordem do dia, está a possibilidade de se criar uma comissão que certifique os manuais a utilizar pelos professores nas suas respectivas disciplinas.

O facto do Irão ter anunciado que formou nada menos do que 40 mil homens-bomba, e tendo em conta que todos eles estudam o mesmo livro, acredito que esta medida irá melhorar o aproveitamento escolar dos nossos petizes.

Simplex


A redução do n.º de trabalhadores na função pública está na ordem do dia. Como bom cidadão proponho desde já dispensar os 220 deputados que faltaram à sessão da assembleia da república na passada quarta-feira, dia 12 de Abril.

Caso não seja suficiente, um fiscal que me acompanhe à Loja do Cidadão das Laranjeiras que me encarrego de apontar mais uns quantos dispensáveis nas secções das finanças e da segurança social.

quinta-feira, abril 13, 2006

E viva a bola!


Por muitos apelos, esforços e campanhas, ainda só existe uma mesa à qual todos têm orgulho de pertencer: a mesa clubística.

Não importa a raça, o credo, o estrato social, orientação politica ou sexual. Não importa os gostos que tem, a música que ouve, os filmes que vê ou os livros que lê. Não importa se é chefe, subalterno, assim-assim, antes pelo contrário ou vice-versa. Naquela hora e meia que dura uma partida de futebol (mais desconto, menos desconto), todos estes grupos se juntam para formar um só grupo de "homens de bem".

Não deixa de ser interessante pensar que poderiamos então dividir portugal (no máximo) em 5 grandes grupos, ao qual somariamos ainda os que se unem por não gostar de futebol - o que por mim tudo bem, que fosse sempre assim. Só é pena que 80% destes "homens de bem" sejam os mesmos que desprezamos durante todo o resto do tempo em que não estamos a pensar em futebol...

Já agora, ao próximo taxista que achar inteligente perguntar-me pelo "nosso benfica", sugiro veementemente a Vossa Excelência que procure receber contribuições inusitadas na cavidade retal...

quarta-feira, abril 12, 2006

Só para variar


Há quem diga que se ganhasse o euromilhões nunca mais trabalhava, outros há que apregoam que o que importa não é viver no cimo da montanha, mas sim subir a encosta.

Confesso que neste assunto tenho alguma dificuldade em tomar um partido, contudo, e tendo em conta que já subo a encosta há cerca de 1/4 de século, mostro-me desde já disponível para experimentar o topo da montanha.

Ah, poetas...


Numa daquelas sessões de televisão que se seguem após um dia de trabalho particularmente pouco interessante, o zapping assume dimensões verdadeiramente assustadoras...

Tive a sorte de parar num daqueles memoráveis anúncios de TV aos quais se lembraram que um jingle da moda ficava a matar.

Fruto de mentes brilhantes, verdadeiros artistas da nossa praça tão fantásticos como o Toy (o anjo vingador), é sempre bom saber que durante umas semanas poderei ouvir refrões tão inteligentes como "na, na, na, na, joga e brilha portugal!! Na, na, na, na, é na SIC o mundial!"...

Por incrível que pareça, o resto da música consegue ser ainda melhor que o refrão... Ainda há poetas...

terça-feira, abril 11, 2006

O Homem Duplicado


Sim, é o título de um livro do José Saramago (bom livro, por acaso), mas que pouco tem a ver com o conteúdo do blog.

Dizem que o plágio é a melhor forma de elogio, então porque não plagiar-me a mim mesmo e passar para o papel aquilo que penso?

Afinal de contas, a felicidade não está em fazer o que queremos e sim em querer o que fazemos.