Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

segunda-feira, abril 28, 2008

terça-feira, abril 15, 2008

O Anti-Papa

Crente convicto da existência de uma evidente tendência da mãe-natureza em produzir equílibrio, acredito piamente que para toda e qualquer forma de vida existe um antagonista respectivo, uma antítese para ser mais exacto.

Este pressuposto, obviamente vazio de comprovação empírica, leva-me por vezes a divagar sobre seres racionais, irracionais e conjugações dos anteriores.

Numa dessas divagações, surgiu-me ao espírito o expoente máximo da igreja católica, o Sumo Pontífice, o Bispo de Roma, ou o Papa, se preferirem.

Para os menos informados, o Papa veste sempre de branco, tem um carro especial de cor branca, já passou há muito a flor da idade, é celibatário por obrigação e convicção, mora isolado num casarão iluminado, e espera ansiosamente dia após dia por um sinal do Senhor.

O oposto do Papa terá necessariamente de vestir de preto, o seu carro terá que ser preto, estar na flor da idade, ser um play-boy convicto, morar numa mansão sinistra, e aguardar noite após noite por um sinal do comissário Gordon*.

É verdade, depois de estudo exaustivo do assunto, posso aferir com certeza absoluta de que o anti-papa é... o Batman.

Como para toda a regra há uma excepção, estas personagens tão dissemelhantes perfilam ainda assim um traço comum, ambas parecem apreciar a companhia de jovens rapazinhos em collants...

* Por inerência, e uma vez que é a antítese do comissário Gordon, Deus é um bandido.

domingo, abril 06, 2008

23

E assim foi, ai está o vigésimo terceiro campeonato para o Futebol Clube do Porto. Por coincidências do destino, este campeonato nº 23 é também a 2ª vez que o Porto ganha 3 campeonatos consecutivos.

Este campeonato acaba por ter um sabor especial, uma vez que é ganho no final do chamado apito dourado. Agora renomeado de apito final.

Para os menos atentos às questões da bola e/ou da actualidade, este foi o nome dado à mega-investigação que se iniciou há pouco menos de dois anos. Essencial aos destinos do país, uma vez que não havia nada de mais importante para investigar neste cantinho da Europa onde tudo é honesto e limpo, com a devida excepção dos senhores da bola – principalmente os do norte, para esta causa de interesse público foi nomeada como coordenadora a mui honorável Maria José Morgado, expoente máximo da justiça em Portugal e espécie de Batman à portuguesa, incorruptível e capaz de causar o mais profundo terror aos malfeitores da nossa sociedade.

Após dois anos de intensa investigação liderados por esse apogeu da justiça, depois de muita tinta ter corrido, depois de muito se ter falado, a acusação ao Futebol Clube do Porto e a Pinto da Costa resume-se a dois jogos em que o Porto terá tentado aliciar o árbitro. Curiosamente, o Porto não ganhou nenhum desses dois jogos, e contra duas equipas relativamente modestas... ainda assim conseguiu ser campeão europeu.

Curiosamente, após 713 dias de investigação, eis que finalmente sai a acusação e possível pena: o Porto poderá perder 6 pontos.

Esta notícia poderia ter acontecido uma semana antes, uma semana depois, ou em qualquer outra semana em mais de 100 semanas possíveis, mas eis que surge por mera coincidência precisamente na semana em que o Porto se iria sagrar campeão nacional pela 23ª vez. Precisamente na semana da festa, precisamente na altura que os adeptos mais esperavam para festejar, eis que sai a notícia de que afinal talvez seja necessário esperar mais umas jornadas pela festa.

A vida é cheia de coincidências, esta foi apenas mais uma.


A resposta foi cabal e fez-se no campo. Independentemente das notícias, os jogadores entraram a 3 pontos de serem campeões, o que se passava fora daquelas 4 linhas não interessava. Num verdadeiro festival de futebol perante mais de 50 mil adeptos, o Porto fez a festa e o Estrela da Amadora foi o bombo da dita. Por 8 vezes berrou-se golo no Dragão, ainda que só 6 vezes tenham realmente contado.


Após dois anos de investigação, depois de muito dinheiro gasto aos contribuintes, eis que o mega-processo liderado por Eliot Ness e os seus intocáveis resulta num flop de grandes proporções, pelo qual provavelmente ninguém se irá responsabilizar.

O Porto, esse, continua a ganhar títulos.


terça-feira, abril 01, 2008

Há dias assim

Tenho por mim ser uma pessoa fadada para a má-fortuna. Isto porque, é recorrente na minha vivência quotidiana sofrer pequenos acidentes, azares, maus-olhados e afins.

Obviamente, como indivíduo que se pauta por uma racionalidade, coerência e pragmatismo levados ao extremo, tenho uma certa tendência em partilhar este facto com todos os que se cruzam no meu caminho.

Sendo assim, é apenas natural que eventualmente percebam pelo sentido da audição a seguinte expressão proferida pela minha pessoa: Epa, tenho um azar do caraças...


Também recorrente, é alguém fazer o ignóbil favor de me relembrar que não tenho motivos de queixume. Afinal de contas, tenho família, amigos, trabalho, tecto e comida...


Já viram bem a minha desdita? Com tanta merda que me cabe em sorte, nem motivos para me queixar tenho...