No decorrer da vida profissional de um colarinho branco, parece ser bastante comum o utilizar de sapatos desconfortáveis. Conta a lenda* que isto se deve ao facto de a maioria padecer de empregos aborrecidos, casamentos pouco entusiasmantes e vidas deprimentes, e como tal vêm como ponto alto do seu dia-a-dia o momento em que tiram os sapatos dos pés.
Há uns meses valentes, quantos não sei ao certo, desempregado momentaneamente e por opção própria, resolvi dar uma passeata à Tailândia. Duas semanas, coisa pouca, onde palmilhei mais quilómetros a pé do que muitos carros com menos de 2 anos. Durante todo esse período usei ténis, esse calçado prodigioso, confortável e impermeável, cuja única pequena falha técnica consiste no facto de não permitir aos pés "respirar" como lhes convém.
O clima tropical aliado à marcha forçada fizeram o seu trabalho, tudo o que o pé suou, o ténis guardou com carinho. Passado estes meses, o odor corporal entranhou-se, deu-se às mil maravilhas com as fibras dos ténis, ficaram amigos e agora vão juntos a todo lado. Cresceu, mutou-se, tornou-se independente, tirou um curso superior e desconfio que em breve estará a caminho de um MBA. Há determinadas noites em que leva o meu carro sem pedir autorização, é reconhecido na vizinhança e irrita-me que tenha uma vida social mais interessante que a minha... se o virem por aí, digam-lhe que temos saudades e queremos que volte para casa.
*Costumava "Rezar a lenda", mas ficou chocada com os comentários do Papa sobre profiláticos...
Há uns meses valentes, quantos não sei ao certo, desempregado momentaneamente e por opção própria, resolvi dar uma passeata à Tailândia. Duas semanas, coisa pouca, onde palmilhei mais quilómetros a pé do que muitos carros com menos de 2 anos. Durante todo esse período usei ténis, esse calçado prodigioso, confortável e impermeável, cuja única pequena falha técnica consiste no facto de não permitir aos pés "respirar" como lhes convém.
O clima tropical aliado à marcha forçada fizeram o seu trabalho, tudo o que o pé suou, o ténis guardou com carinho. Passado estes meses, o odor corporal entranhou-se, deu-se às mil maravilhas com as fibras dos ténis, ficaram amigos e agora vão juntos a todo lado. Cresceu, mutou-se, tornou-se independente, tirou um curso superior e desconfio que em breve estará a caminho de um MBA. Há determinadas noites em que leva o meu carro sem pedir autorização, é reconhecido na vizinhança e irrita-me que tenha uma vida social mais interessante que a minha... se o virem por aí, digam-lhe que temos saudades e queremos que volte para casa.
*Costumava "Rezar a lenda", mas ficou chocada com os comentários do Papa sobre profiláticos...
2 comentários:
O que me chateia neste post é o facto de tu teres escrito "tudo o que o pé suou, o ténis guardou com carinho" quando esta frase estava mesmo a pedir a substituição do termo "ténis" por "téni".
Confesso que me passou pela cabeça...
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