Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

domingo, fevereiro 25, 2007

Auxiliares de memória

Vítimas de uma sociedade de informação cada vez mais dinâmica, é exigido a todos nós uma capacidade sobrenatural de armazenar mentalmente toda uma panóplia de dados provenientes das mais diversas fontes.

De uma forma ou de outra, lá vamos encontrando gavetas na nossa memória onde arquivar o dia-a-dia da vida global, local, familiar, social, amorosa, etc., na esperança de que, assim que se torne necessário, essas lembranças irão emergir fazendo-nos brilhar à luz da nossa imensa cultura geral.

Evidentemente, nem sempre isso acontece, e eis que a partir desse momento tudo depende do orador, já que estes os há os que estalam os dedos, os que coçam ou que batem na cabeça, os que praguejam, os que suspiram, ou ainda os que com um conclusivo "também não interessa" preferem contar o resto da história, tornando esta última numa amálgama ininteligível.

Na impossibilidade de compreender a mensagem interpretada pelo nosso orador, resta-nos então apreciar os mecanismos que cada um tem para se recordar e/ou levar outros a ajudá-lo a recordar-se.

sábado, fevereiro 17, 2007

Imaculada Concepção

Em clara contradição com o Status Quo instalado na ordem católica, o padre Manuel Costa Pinto declarou ser a favor do aborto, inclusive tendo votado de acordo com os ditos da sua consciência ao invés de assumir os mandamentos do seu credo religioso.

Tal facto levou a população a adjectivá-lo algures entre um novo Rei Heródes e um possuído pelo demo.

As polémicas afirmações do padre, tornam-se ainda mais polémicas se pensarmos que este doutor da igreja já chegou a estar suspenso 17 anos por ter defendido o casamento dos padres, numa obra que escreveu no início da década de 70.

Analisando com cuidado as posições defendidas por este pároco - primeiro o fim do celibato dos padres e depois a liberalização do aborto - não se espantem se estiver a surgir uma 2ª Virgem Maria nos tempos mais próximos.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Grão a grão

Feitas as contas a Janeiro, e ignorando completamente as regras de altruismo e humildade, anuncio aos 4 ventos que desde o início do ano já dei apoio à Cais, aos Bombeiros, aos Veteranos de guerra, à fundação do Gil, à Acreditar e à Cruz Vermelha. Entre outros menos conhecidos.

Apoio o esforço, compreendo os motivos e colaboro sempre que posso (e provavelmente menos do que devia). Ainda assim, não deixo de pensar que já começam a ser causas a mais.


Objectivo para 2007: Concentrar esforços!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A indefinição do artigo

Reis da burocracia, da cunha e da excepção, levamos esta nossa faceta de tal forma a peito que a nossa própria lingua materna se encontra pejada de pequenas armadilhas.

Sem esperar resposta, pergunto eu porque é que se dizemos "Na Guarda", porque raio vivo eu "Em Lisboa"? Se se encontram franceses "Em França", porque diabos os Alemães vivem "Na Alemanha"?

Tentem explicar a alguém cuja língua materna não seja o português qual é a regra e rapidamente chegarão à conclusão que esta não só não é evidente, como não é aparente, subjacente ou sequer existente.

Somos talvez o único povo do mundo cuja língua é... aleatória.


P.S. Devido ao comentário colocado pela Catarina Morgado no post seguinte, achei que dificilmente poderia manter o título inicial deste post - "A probabilidade de falar correctamente")