Feliz... Adaptado... Produtivo... Um pássaro numa gaiola a antibióticos...

terça-feira, dezembro 25, 2007

O único!

Nesta quadra, o Homem Duplicado orgulha-se de ser o único blog que não fez qualquer referência à época natalícia!

Dasse, acabei de o fazer...

sábado, dezembro 22, 2007

100º Post

E ao 100º post, o Homem Duplicado descansou.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Mulheres, ai, ai, ai!

Longe vão os tempos da sensibilidade e do bom senso, substituídos que foram pela falta de respeito e pelo egoismo.

Não me tenho por uma pessoa quezilenta e implicativa, antes sim por um rapaz de boa cepa, educado e compreensivo. Contudo por vezes não consigo deixar de sentir indignação face a atitudes menos próprias e/ou menos civilizadas.

Não mais consigo calar a minha revolta, e peço que se juntem a mim num grito unissono de revolta:

Mulheres:
1. Parem de fechar a tampa da sanita! Dá trabalho levantá-la de cada vez que tenho que dar uma mijinha!
2. Parem de nos passar à frente nas nas escadas, nos elevadores, e em todo e qualquer tipo de entrada que apenas dá para uma pessoa!
3. Parem de se servir antes de nós! Ficam sempre com as melhores partes!
4. Parem de começar a comer antes de nós! Ou então despachem-se a começar, que a malta tem fome!



Como diria o outro, se foi necessário uma votação para que as mulheres tivessem direito a votar, como raio é que os homens perderam essa eleição...?!

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Chuva dissolvente

Na presença de pessoas detentoras de um aramado suportado por uma haste, com o intuito de sustentar uma tela que pode ser feita de materiais plásticos coloridos ou até mesmo de papel (ou Guarda-Chuva, se preferirem), é frequente ouvir indivíduos afirmar a sua opção por preterir tais objectos.

Ao que parece, isto dever-se-á ao facto de que, sempre que não se olvidam desta ferramenta, a experiência demonstra que a pluviosidade tender a reduzir-se ou mesmo desaparecer sem deixar rasto.

Poderiamos indagar-nos sobre as consequências geopolíticas de tal ocorrência, inclusive ponderar
sobre o efeito do dito guarda-chuva em países em vias de desenvolvimento, ou - numa toada mais negativa - a quantidade de guarda-chuvas já armazenados em territórios propícios a desenvolvimento de actividades terroristas.


Contudo, tendo em conta que habito num país onde a chuva bate forte fortemente, e sem querer menosprezar a já referida importância do assunto, a minha questão prende-se com o facto de que se tudo o que é necessário para fazer parar de chover é um mero guarda-chuva, faz-me lá esse favor e trá-lo todos os dias...

segunda-feira, novembro 26, 2007

Regras de conduta na casa-de-banho masculina

Nos tempos que correm, e com a cada vez maior taxa de incidência de indivíduos virados do avesso (a.k.a. panascas), é por demais importante conhecer e cumprir à risca determinados códigos ao entrar numa casa-de-banho pública:

Regra nº 1. Olhar sempre em frente e na horizontal. Nunca baixar os olhos, abaixo da linha do queixo de ninguém. Se o fizer, é panasca.

Regra nº 2. Se houver urinóis, escolher sempre os da pontas, nunca os do meio. Se o fizer, é panasca.

Excepção à regra nº 2. Se os urinóis da ponta estão ocupados

  1. Se for de 3 urinóis: ir para o meio, olhando sempre em frente. Se olhar para os lados, é panasca.
  2. Se for de 4 urinóis: escolher aquele que fica mais perto. O companheiro do lado irá compreender que foi essa a sua lógica de raciocínio. Se for para o urinol mais longe, é panasca.
  3. Ir para a sanita mais próxima. Tenha o cuidado de deixar a porta aberta, de outro modo pensarão que urina sentado, o que é coisa de panasca.

Regra nº 3. Ao terminar, sacudir no máximo 3 vezes. Qualquer nº de sacudidelas acima deste valor será considerado masturbação. Se o fizer, é panasca.


Regra nº 4. Se tiver que utilizar a sanita para outro propósito que não urinar, faça-o ruidosamente, obrigando a ventosidade anal a sair sobre pressão, ou através de onomatopeias que simulem o mesmo tipo de ruídos. Se o fizer em silêncio, será considerado panasca pelos motivos apontados na regra 2.3.


Estas pequenas e lógicas precauções poderão ser a melhor e última barreira que nos impedirá de (1) apanhar uma sova porque passámos por borboletas (a.k.a. panascas) junto de um verdadeiro macho, ou (2) ter que dar uma sova pelos mesmos motivos mas junto de um verdadeira fêmea (a.k.a. panasca).

Afinal de contas, está cientificamente provado que a principal taxa de incidência de contaminação com HIV em casas-de-banho públicas advém do acto de sentar na sanita antes do utilizador anterior se ter levantado.

sábado, novembro 17, 2007

E agora, algo completamente diferente!

Já alguma vez se sentiram estagnar?

Já alguma vez chegaram a um ponto da vossa vida em que pensaram "tem que haver mais do que isto!"...?

Pois bem, eu senti-me assim há cerca de 5/6 meses. Dei por mim a entrar pela vida adulta adentro, e a sentir que ainda tinha tanto para viver e cada vez menos tempo para o fazer.

Pois bem, eu arrisquei!!

Faz agora 3 semanas que iniciei a minha nova vida, agora como emigrante português na Bélgica. Mergulhei de cabeça num desafio a todos os níveis: profissional, social, amoroso, familiar, escolham...

Após apenas 3 semanas, as dúvidas são mais do que muitas, a insegurança e o stress fazem parte do dia-a-dia, mas acredito em mim e no meu potencial, e sei que não vou desacreditar todos os que acreditaram em mim.


Mas há coisas que não mudam, e o Homem Duplicado continua!!

quinta-feira, outubro 11, 2007

As saias no desenvolvimento dos serviços

Antes de começar o discurso é preciso que se esclareça alguns pontos .

Faz precisamente 3 anos que entrei numa empresa de seu nome IMS Health, mais conhecida como somente IMS. Esta é uma empresa onde existe por tradição a organização de uma viagem de fim-de-semana para festejar o Natal.

Nesse evento realizam-se habitualmente algumas praxes para apresentar os recém-chegados aos novos colegas, sendo que uma das actividades de praxe é a atribuição de um tema sobre o qual é necessário elaborar um discurso minimamente interessante. O tema que me calhou foi precisamente o título do post, o que, convenhamos, é algo um pouco "à frente" para um jovem de 22 anos, acabado de sair da faculdade e a dar os primeiros passos na vida profissional.

É importante relembrar também que foi por esta altura que terminou a curta experiência de Santana Lopes enquanto primeiro-ministro e que o apelido do director geral da IMS é "Mocho".

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As saias no desenvolvimento dos serviços

IMSianas, IMSianos, eu tive um sonho!!

Eu tive um sonho em que as mulheres trabalhadoras exibiam ousadamente não só o tornozelo, como a canela, o joelho, e sim meus amigos, a coxa!

Eu tive um sonho em que as saias outrora pudicas e envergonhadas se erguiam com orgulho para gáudio daqueles que o sabem apreciar.

Eu tive um sonho... um sonho...

Contudo, tal como todos os sonhos, este, era uma ilusão, um opaco reflexo da realidade.

E porquê? Porquê, pergunto eu!
Eu digo-vos porquê! Porque desde há bastante tempo, sim bastante, porque esta situação não é de hoje nem é de ontem, os nossos líderes têm pactuado com o constante aumentar do tecido e a constante redução da quantidade de pele exposta, em claro conluio com o lobby do tecido!

Desde há muito tempo, líderes fracos, sem estofo ou capacidade de liderança, essas aves nocturnas, têm permitido sem capacidade de reacção o avolumar desta situação. E isto não se verifica apenas nesta empresa, é bem mais grave! Basta ver que bem recentemente o nosso próprio presidente da república demitiu o Dr. Santana Lopes, nosso maior aliado na luta pela redução do comprimento da saia.

É grave, meus amigos, e é ainda mais grave quando se sabe, quando toda a gente sabe, que um trabalhador outrora mole, sem vigor e desmotivado, quando na presença de uma saia curta se torna erecto, pujante e produtivo.

Venho aqui hoje, IMSianas e IMSianos, com a verdade. Sem rodeios, sem reticências, com a verdade. Denunciar factos preocupantes do nosso quotidiano, que claramente os nossos líderes ou não têm capacidade para dar volta ou, uma vez mais, preferem facilitar de mão em mão com a cabala liderada pelo lobby do tecido!

IMSianas, IMSianos, peço-vos, pensem com cabeça, porque aqui, nesta mesa eu vos prometo, eu vos juro, juro!!, que se me deixarem actuar farei uma redução efectiva, não de 5, não de 10, mas, de 15% do comprimento das saias! Para que exista cada vez mais joelho, cada vez mais perna, cada vez mais coxa para quem realmente o souber apreciar!

IMSianas, IMSianos, podem chamar-me demagogo, podem chamar-me populista, Machista ou mesmo Suzete, não seria a 1ª vez. Mas uma coisa eu sei, não foi um homem quem inventou a mini-saia!

O meu apelo é justo, mais do que isso é lógico e é urgente!
Para terminar, meus amigos, deixo aqui a minha promessa solene em que não me quedarei e que continuarei firme e hirto na minha incessante procura por uma saia mais reduzida, porque só assim poderemos crescer, só assim poderemos ficar mais fortes e só assim a saia terá finalmente um papel relevante no desenvolvimento dos serviços!!

sábado, setembro 29, 2007

Noiva em fuga

A já por si original participação de Portugal no mundial de Rugby, ficou ainda marcada no final do último encontro por um original pedido de casamento em pleno relvado.

Apesar de não estar muito atento a este fenómeno (o do Rugby e não o dos pedidos de casamentos) tendo a estranhar como é que num campo onde só se encontram homens algo assim possa ter acontecido.

Pensei que só na equipa do Irão é que estas coisas não aconteciam...*


*Ahmadinejad, presidente do Irão, afirmou recentemente que no seu país não existiam homossexuais. Ao que parece porque quando os há, são rapidamente fuzilados.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Toque de classe

Reza a lenda que, por volta dos 40 anos, tudo o que é homem consciencioso dirige-se ao proctologista mais próximo com o objectivo que lhe seja realizado um teste que lhe pode simultaneamente salvar a vida e matar a dignidade.

Estou seguro que existirão muitos que saem dessa visita com um sorriso nos lábios, da mesma forma que outros o aguardam com a ansiedade de quem esperou 40 anos para que lhe fizessem às claras o que há muito ansiavam às escuras.

Pois bem, desde já previno a classe médica que não é de todo o meu caso!

Seguro da minha masculinidade, apreciador de gajedo por excelência, tarado por hobbie, desde já me recuso a realizar o teste sem exercer o meu legítimo direito à vingança.

Na semana que anteceder o malfadado toque, será realizada uma rigorosa dieta de feijoada, ameixas e álcool, aliadas a um sobre-humano autocontrole que me garantirá que irei entrar naquele gabinete médico com uma obstipação forçada de tal ordem que, quem se atrever a enfiar seja o que for na minha cavidade rectal, tenha cuidado, não sei o que vai acontecer, mas é melhor fechar a boca porque vai ser bíblico.

A esse senhor o aviso desde já:

Tens 15 anos para descobrir uma forma melhor de realizar o teste!

quinta-feira, agosto 30, 2007

Almoço à portuguesa, Saramago Style

Entra o português num típico establecimento lusitano, ansioso por esgotar a sua hora de almoço num repasto à medida da sua meta psicológica de 10 euros por refeição, ou 2 contos na moeda antiga, o saudoso escudo. É nesta divagação, e após acomodar-se na sua mesa do costume, que é abordado pelo dedicado e disponível mâitre, ou empregado se optarmos por manter a toada nacionalista. Bom dia sr. Doutor, Bom dia. É por demais evidente que estes dois se conhecem, facilmente se conclui que este é cliente habitual. Então que vai ser hoje para o almocinho, Estou indeciso, que tal está o peixinho, Está fresquinho, acabadinho de pescar, Hum, pensando melhor vou para o bifinho, se possível com um ovinho, Com certeza, entretanto trago-lhe o pãozinho e a manteiguinha, Sim, sim, obrigadinho, e traga-me uma cervejinha fresquinha. Finda está a refeição, retorna o mâitre, ou empregado, ao local do crime, na terna expectativa de que a satisfação do cliente seja quão elevada possível, aumentando assim as suas probabilidades de avultada espórtula, ou gorja como lhe chama habitualmente. É contudo com ar desolado que se acerca do cliente, que como já sabemos ou é médico ou é licenciado. Então, ficou metade no pratinho, não gostou, não me diga que o bifinho não estava tenrinho, De facto não estava, era rijinho, e a faquinha também não era das melhores, pouco apta para o assalto à carninha, Ah, mas podia ter pedido outra faquinha, gostou ao menos das batatinhas, Estavam óptimas, trazia-me só o cafézinho e a continha, Com certeza, é só um segundinho. O português paga assim a sua conta, também chamada de a dolorosa, inclusive deixando generosa gorjeta, para gáudio do esforçado empregado. Preparando-se para sair, o cliente despede-se de uma forma que facilmente nos permite ter por certeza a nossa razoável suspeita de que este seria cliente habitual. Então até amanhã e obrigadinho, até amanhã e obrigadinho eu.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Mood Killers - Parte 4: Os putos

São tempos de brandos costumes estes em que os tratados de pedopsiquiatria insistem em que a imposição de regras de educação deveria ser substítuida por uma discussão racional entre o adulto e a criança.

Condicionados pelo olhar reprovador da população, os paizinhos vêm-se assim impedidos de aplicar um correctivo de mão aberta na nalga dos seus rebentos - ou palmada no rabo, se preferirem. Longe vão os tempos da pedagogia da palmada, em que uma boa tapa nos glúteos acalmava a canalha miúda como nenhuma conversa racional é capaz.

Eis-nos então obrigados a aturar, nos restaurantes e restante locais públicos, esses racionais seres de 6 anos que, completamente alheios ao facto das suas vozes estridentes não serem propriamente uma sinfonia, se atiram para o chão a berrar e espernear até que sejam satisfeitas as suas exigências.

Exactamente em que momento é que o compreensivo pai deverá abordar a adorável criancinha de forma a terem a tal discussão racional? Antes ou depois desta ficar rouca e todos os restantes seres vivos em redor surdos ou com sérias lesões na trompa de eustáquio?

terça-feira, agosto 14, 2007

Mood Killers - Intervalo

Fomos de férias, depois continuamos!

segunda-feira, julho 30, 2007

Mood Killers - Parte 3: Os empregados

Entre os funcionários dos diversos estabelecimentos privados que por aí existem, ainda há muitos que não compreenderam quem é o cliente e quem é o empregado.

Ao seu dispor temos o típico Tuga, senhor de todo o saber, emproado e, aparentemente, chateado com o mundo em geral e com a clientela em particular. Ainda que esta não queira mais do que gastar o seu dinheiro naquela casa comercial.

Do mais banal café, ao mais luxuoso hotel, estes seres estão plenamente convictos de que, ao invés de um serviço pago, nos estão a prestar um favor, como tal dando-se ao luxo de responder torto ou não responder de todo. Raros são os locais em Portugal onde não nos é exigido implorar por um breve momento de atenção, enquanto esta briosa gente faz de conta que não vê, ou que está demasiado ocupada para ver.

Caso não queira aturar esta gente, resta-lhe a lenta simpatia dos Brasileiros e ex-habitantes do leste Europeu, cuja dificuldade em compreender a nossa língua, apenas tem paralelo na nossa dificuldade em compreender a sua lentidão.

quarta-feira, julho 18, 2007

Mood Killers - Parte 2: A música

Quem não gosta de, ao final de uma semana de trabalho, ir beber um copo com amigos sem que nem sempre nos apeteceça ir para a confusão da noite citadina?

Mas eis que nos deparamos com uma situação em que não é de todo possível encontrar um estabelecimento cujo botão de volume não esteja todo virado para a direita. Nem vou entrar em discussão sobre a qualidade da música em questão, até porque reconheço não ser um moço de gostos comuns, mas há mesmo necessidade de ter o volume tão alto?

Em resposta a esta invasão auditiva, a resposta dos grupos é tentar falar por cima da música, o que aumenta ainda mais a poluição sonora* já existente num espaço que era suposto ser de relaxamento.

Suponho que faz parte das vicissitudes de quem chegou à pouco tempo à vida adulta, não ter bem a certeza se é uma moda recente ou se isto já dura há anos, mas ainda assim, qual é exactamente o objectivo desta música em locais tais como cafés e restaurantes?

É suposto saltarmos para cimas das mesas e dançar? E se sim, onde é que é suposto as pessoas estarem sentadas a conversar?




* A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som num tom demasiado alto, sendo o mesmo muito acima do tolerável pelos organismos vivos, no meio ambiente. Dependendo da sua intensidade, causa danos irreversíveis nos seres humanos.

quarta-feira, julho 11, 2007

Mood Killers - Parte 1: O fumo

Aparentemente, não é suficientemente evidente que um pauzinho de ervas que liberta monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, nicotina e alcatrão, dificilmente poderá fazer bem à saúde, e não obstante os constantes alertas para os malefícios do tabaco, ainda há quem nos obrigue a aturar o seu perigoso vício.

Eles estão em todo o lado, nos bares, nos restaurantes, nas discotecas, nas praias, nos escritórios e nas ruas. Reconhecíveis pelo seu bafo bolorento e dentição amarelada, identificam-se dois tipos de fumadores públicos:

1. os que além de aparentarem um prazer imenso em espalhar ao máximo a sua nuvem tóxica pelos 4 cantos do local em que se encontram, ainda se sentem insultados por as pessoas à volta se sentirem incomodadas;

2. os que conscienciosamente dão inutilmente às asinhas no sentido de tentar dispersar o fumo, tentado evitar que este atinja os demais. Gesto simpático, mas particularmente inútil em locais fechados, pelo menos segundo a teoria de Lavoisier *.

Por mais que se procure, não adianta, assim que se encontra uma nesga de O2, rapidamente aparece um pelotão armado com o seu odioso maço de tabaco e respectivo isqueiro, empenhado em garantir que se tiverem de morrer pelo seu vício, ao menos não morrem sozinhos...



* Antoine Lavoisier (1743 - 1794) - considerado o pai da química, deduziu a lei da conservação da matéria: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Neste caso, o fumo resultante da combustão do cigarrinho não se perde pelo esbracejar do fumador, transformando-se sim num lindo cancro do pulmão.

sexta-feira, julho 06, 2007

Ciclo da vida

Exactamente em que ponto da minha vida é que deixei de receber CD's que não queria ouvir, para passar a receber gravatas que não quero vestir?

domingo, junho 24, 2007

Lusco-fusco

Se um guarda-nocturno nos apanhar a roubar fora do seu horário de expediente, ainda assim vai tentar impedir-nos?

É uma dúvida que me assola. Eu pessoalmente, evito trabalhar nos meus tempos livres.

segunda-feira, junho 04, 2007

Serviço público

Fiquei deveras sensibilizado pelo facto do anúncio relativo ao novo Euphoria, me informar que este último se vende em perfumarias.

Alguns dirão que faz sentido, uma vez que se trata de um perfume, contudo eu desde já agradeço a lembrança, assim escuso de andar a perguntar por ele nas padarias...

segunda-feira, maio 21, 2007

Ai está!!

De facto, só um clube muito especial para pôr este homem a sorrir...



!!CAMPEÕES!!

domingo, maio 13, 2007

Pack bombástico

No decorrer das últimas semanas, os vários formatos de serviços noticiosos (TV, rádio, papel, online, etc...) ocuparam o seu tempo de antena com temas diversos.

Por ordem cronológica, os Portugueses foram sobressaltados com o facto do Eusébio ter passado por um mau bocado, ao que se seguiu o imensamente interessante thriller entre Mourinho e Cristiano Ronaldo sobre quem iria ganhar a Premiership, e mais recente eis que somos bombardeados com o misterioso desaparecimento da pequena Maddie em pleno Algarve.

Sensíveis ao aumento que tais notícias tiveram nas audiências, e seguindo o bom exemplo das compilações de fim-de-semana dos canais AXN, Fox e outros, os media resolveram fazer um pack bombástico, colocando o Eusébio, o Mourinho e o Cristiano a perguntar pela Maddie.

É que não consigo largar a televisão...

sábado, abril 28, 2007

(Des)equilíbrio

No nobre intento de nos dar uma boa formação de base, o sagaz senso comum recorre frequentemente aos inevitáveis extremos.

É este senso comum que nos diz que mais vale pobre e com saúde, do que rico e doente.

Isto porque, a argúcia de quem já viveu muito permite-lhe opinar que da convivência com o frio, a chuva e os ratos, um pobre terá porventura uma maior capacidade de se manter saudável do que um rico que, no seu bem-bom (além do acesso a todo um sistema de saúde), está aqui, está a bater a bota...

Poderiamos opinar sobre a legitimidade deste argumento, mas o que aqui se pretende é questionar se não haverá um estado intermédio? Será possível estar assim-assim e com um salário decente, ou ter um olho roxo e um nariz partido e mesmo assim uns trocos no bolso? Ter uma doença crónica ou terminal, é o mesmo que ter uma gripe ou uma dor de estômago? E se não, qual dos dois me deixa mais perto de um Porsche?

sábado, abril 21, 2007

E recordar é viver

Só para lembrar que já lá vai um ano de Homem Duplicado e 80 posts publicados.

Isto dá cerca de 1.5 posts por semana, ou seja, mais ou menos uma publicação a cada 4 ou 5 dias.

E isto ainda mal começou!!

sábado, abril 14, 2007

Publicidade enganosa

Longe vão os tempos em que a públicidade era racional e longe vão os tempos em que viamos cartazes pejadinhos de texto a elucidar os potenciais interessados sobre as reais benesses de um produto.

Com o fenómeno da produção em massa, do copykat e da pura e simples falta de imaginação, os produtos concorrentes são cada vez mais iguais entre si, permitindo-nos afirmar com cada vez maior eloquência que é tudo a mesma merda!.

De forma a diferenciar o seu produto, a aposta recaiu sobre a marca.

Numa luta intensa para marcar pontos a favor, os anunciantes jogaram tudo em criar uma relação de intimidade com o público, relembrando-nos há quanto tempo os nossos avós usavam estas coisas. Quando esta forma se esgotou, apelaram ao consumo desenfreado e à necessidade de querer mais e mais. Quando já nem isto funcionava, eis que surge o sexo como excelente argumento de venda.

Quando já nada funciona, eis que surge o nonsense a fazer vender. Anúncios sem sentido, protagonizados pelos Gatos Fedorentos, Bruno Nogueira, Aldo Lima, entre outros, fazem as delícias dos consumidores.

Ensinou-nos a estória recente que isto não vai durar para sempre e quando até o surreal estiver esgotado vai ser preciso inventar algo de novo ou repetir o que já foi feito. Não sei qual vai ser a solução, mas espero que façam as duas coisas, apostando tudo numa relação de intimidade sem sentido, através do consumo desenfreado de sexo.

sexta-feira, abril 06, 2007

Espaço às artes

Corria o ano de 2005, quando Ang Lee presenteou os cinéfilos com uma película sobre o amor homossexual entre dois cowboys. Esta fita de profundo mau-gosto, verdadeiro hino à panascagem, não é mais do que um perfeito exemplo dos perigos que o cinema representa para a sociedade.

O Ang Lee deveria ser injuriado em praça pública ao som de umas chibatadas valentes!!

Corre o ano de 2007, e eis que Ang Lee anuncia que irá realizar um filme sobre uma relação lésbica, em que uma das protagonistas é ninguém menos do que Charlize Theron. Esta fita de profundo bom-gosto, verdadeiro hino à liberdade de escolha, é um perfeito exemplo de que o cinema pode ser um serviço público.

O Ang Lee deveria ser louvado pelo mundo pelo valor da sua obra!!

domingo, abril 01, 2007

Opções de vida

Foi recentemente lançada em Portugal a mui aguardada PlayStation3.

Devido a questões de marketing, e ao que parece algumas dificuldades na linha de montagem, era sobejamente sabido que o stock inicial seria curto, como tal era necessário chegar cedo às lojas, esperar algum tempo na fila e, obviamente, ter alguma sorte (e 600 euros no bolso)...

Entre os que se baldaram ao trabalho, às aulas, a uma tarde de marmelada, e/ou pura e simples sorna no sofá, o moço que comprou a primeira PS3 teve de esperar nada menos do que 14 horas em pé numa fila no El Corte Inglés para poder adquirir a dita peça de hardware.

A minha pergunta é 'Como devemos tratar este jovem?'

  1. Dar-lhe os parabéns!
  2. Assaltá-lo!
  3. Bater-lhe com uma adequada dose de violência, sorrindo sarcasticamente!
  4. Arrancar-lhe as mãozinhas, para que seja obrigado a jogar a treta da consola com os pés!

sábado, março 24, 2007

Burrocracia

É vox populi que a complexidade de uma organização mede-se pelo número de cargos intermédios que a sua estrutura hierárquica apresenta.

Dito isto, posso apenas concluir que a função pública portuguesa é sem grandes margens para dúvida, a maior e mais sofisticada organização mundial existente.

Pessoalmente, eu acredito na honestidade de quem insiste em criar novos cargos e na idoneidade de quem os ocupa, ainda que os seus CVs pareçam demonstrar que tinham mais jeito para macacos de circo e que seja notório o elevado factor de correlação existente entre o retorno monetário destas novas funções e o grau de parentesco entre os seus superiores.

Ainda assim, gostaria que me elucidassem sobre a seguinte questão:

- Um Vice-Director Adjunto é o Vice do Director Adjunto ou o Adjunto do Vice-Director?

segunda-feira, março 19, 2007

Disse que disse

Não serei porventura o único elemento da raça humana ao qual, através de pequenos comentários originários de chalaças entre amigos, um código linguístico alternativo se tornou predominante.

Faz tudo parte do processo de socialização, diria ipsis litteris a psicologia social, afinal de contas está establecido como norma que o indivíduo procure tornar-se membro de um determinado conjunto social, aprendendo seus códigos, suas normas e regras básicas de relacionamento. Até aí tudo bem.

A coisa apenas falha quando já fora deste grupo de pertença, damos por nós a proferir, largo e bom som, termos tão em desuso como Baril, ou então tão pouco em voga como Bacano, e porque não o sempre excessivo Men...

Em jeito de auto-defesa, resta-nos apenas afirmar que nós próprios estávamos a gozar com um qualquer anúncio que ouvimos por aí. Valha-nos a constante falta de inspiração dos anúncios de rádio e TV, aos quais podemos sempre apelar como desculpa para a nossa própria falta de fixeza.

p.s. Carameeeeeeeelo...

segunda-feira, março 12, 2007

O ovo e a galinha

Defende a comunidade científica que - sem se saber ao certo como - a dado momento da existência deste 3º calhau a contar do sol, a vida terá surgido sob a forma de um ser, tendo este sido o originador de todos os outros.

Segundo Darwin e a sua teoria da evolução e selecção natural, este ancestral comum - habitualmente denominado de LUCA (Last Universal Common Ancestor) - terá evoluido de geração em geração ao longo de milhões de anos, resultando em todas as formas de vida que já pisaram a nossa terra, desde os poderosos Dinossauros até ao mais pindérico tiozeco de Cascais.

Após esta breve estória da história do mundo, gostaria de recordar que o vosso actual consorte, namorada/o, affaire, noiva/o, etc. é de certeza absoluta um vosso parente distante.

P.S. Em relação ao título, penso que este post resolve essa eterna questão: Foi o LUCA.

domingo, março 04, 2007

Ditadura popular

Ditado, como o próprio nome diz, é a expressão que através dos anos se mantém imutável, aplicando exemplos morais, filosóficos e/ou religiosos. Historiadores, filósofos e letrados em geral já tentaram descobrir a origem destes pedaços de sabedoria, contudo essa tarefa não se afigura fácil.

Poderiamos argutamente debruçar-nos sobre a ignorância subjacente à utilização recorrente de argumentos que nos são pouco esclarecidos, contudo optamos pela via mais fácil continuando a utilizá-los no sentido de enriquecer o nosso discurso com um leve toque de proverbialismo.

Sendo assim, resta-nos convencer o nosso superior hierárquico de que depressa e bem, não há quem, devagar se vai ao longe, antes tarde que nunca e que quem espera sempre alcança. Afinal de contas, grão a grão, enche a galinha o papo, sem nunca perder de vista que não há duas sem 3, e ainda bem porque à 3ª é de vez.

P.S. Já agora, já pensaram o que não terá feito a moça para nos referirmos de forma tão negativa à casa da Joana...? Mas que grande pêga...

domingo, fevereiro 25, 2007

Auxiliares de memória

Vítimas de uma sociedade de informação cada vez mais dinâmica, é exigido a todos nós uma capacidade sobrenatural de armazenar mentalmente toda uma panóplia de dados provenientes das mais diversas fontes.

De uma forma ou de outra, lá vamos encontrando gavetas na nossa memória onde arquivar o dia-a-dia da vida global, local, familiar, social, amorosa, etc., na esperança de que, assim que se torne necessário, essas lembranças irão emergir fazendo-nos brilhar à luz da nossa imensa cultura geral.

Evidentemente, nem sempre isso acontece, e eis que a partir desse momento tudo depende do orador, já que estes os há os que estalam os dedos, os que coçam ou que batem na cabeça, os que praguejam, os que suspiram, ou ainda os que com um conclusivo "também não interessa" preferem contar o resto da história, tornando esta última numa amálgama ininteligível.

Na impossibilidade de compreender a mensagem interpretada pelo nosso orador, resta-nos então apreciar os mecanismos que cada um tem para se recordar e/ou levar outros a ajudá-lo a recordar-se.

sábado, fevereiro 17, 2007

Imaculada Concepção

Em clara contradição com o Status Quo instalado na ordem católica, o padre Manuel Costa Pinto declarou ser a favor do aborto, inclusive tendo votado de acordo com os ditos da sua consciência ao invés de assumir os mandamentos do seu credo religioso.

Tal facto levou a população a adjectivá-lo algures entre um novo Rei Heródes e um possuído pelo demo.

As polémicas afirmações do padre, tornam-se ainda mais polémicas se pensarmos que este doutor da igreja já chegou a estar suspenso 17 anos por ter defendido o casamento dos padres, numa obra que escreveu no início da década de 70.

Analisando com cuidado as posições defendidas por este pároco - primeiro o fim do celibato dos padres e depois a liberalização do aborto - não se espantem se estiver a surgir uma 2ª Virgem Maria nos tempos mais próximos.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Grão a grão

Feitas as contas a Janeiro, e ignorando completamente as regras de altruismo e humildade, anuncio aos 4 ventos que desde o início do ano já dei apoio à Cais, aos Bombeiros, aos Veteranos de guerra, à fundação do Gil, à Acreditar e à Cruz Vermelha. Entre outros menos conhecidos.

Apoio o esforço, compreendo os motivos e colaboro sempre que posso (e provavelmente menos do que devia). Ainda assim, não deixo de pensar que já começam a ser causas a mais.


Objectivo para 2007: Concentrar esforços!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A indefinição do artigo

Reis da burocracia, da cunha e da excepção, levamos esta nossa faceta de tal forma a peito que a nossa própria lingua materna se encontra pejada de pequenas armadilhas.

Sem esperar resposta, pergunto eu porque é que se dizemos "Na Guarda", porque raio vivo eu "Em Lisboa"? Se se encontram franceses "Em França", porque diabos os Alemães vivem "Na Alemanha"?

Tentem explicar a alguém cuja língua materna não seja o português qual é a regra e rapidamente chegarão à conclusão que esta não só não é evidente, como não é aparente, subjacente ou sequer existente.

Somos talvez o único povo do mundo cuja língua é... aleatória.


P.S. Devido ao comentário colocado pela Catarina Morgado no post seguinte, achei que dificilmente poderia manter o título inicial deste post - "A probabilidade de falar correctamente")

terça-feira, janeiro 23, 2007

Rally Lisboa/Setúbal

Seja para equilibrar a prova, seja por motivos de segurança, está instaurado um limite de velocidade para o Lisboa/Dakar.

Caso esteja desinformado, saiba que a velocidade máxima permitida é de 150 Km/h... mais coisa menos coisa, isto porque se dá um descontozinho de 10 km/h (ou mais, se o polícia for português e a gorjeta substancial).

Após esse limite, os concorrentes são autuados com multas, penalizações e por último... desclassificação.

Serve isto para dizer que na realidade foram muitos os portugueses a participar na prova, o problema foi que 9 em cada 10 não passaram da ponte Vasco da Gama...

domingo, janeiro 14, 2007

O Natal é isto!

No decorrer de um salutar passeio, algures por entre os escaparates de um bem conhecido centro comercial - que poderá ou não ter o nome de um famoso explorador Genovês. Apesar de totalmente embrenhado no meu quotidiano delirante, eis que não escapou despercebido ao meu ouvido clínico a seguinte frase proferida pelo parceiro masculino de um qualquer casal irrelevante para a história do mundo:

- Ainda devemos uma prenda de natal...

Estas palavras tão efusivamente proferidas, e tão eloquentemente organizadas sobre a forma de uma frase, quase que me trouxeram lágrimas aos olhos. É bom ver que ainda há pessoas que compreendem o verdadeiro espírito do Natal.

domingo, janeiro 07, 2007

Espanhol em 3 lições

Na esperança de encontrar novos mercados que lhe permitam fugir a uma morte anunciada, a indústria portuguesa vai-se virando cada vez mais para o outro lado da fronteira.

Como é natural, este facto preocupa bastante a massa trabalhadora portuguesa, não só receosa de perder os seus empregos actuais, mas também de se encontrar num beco sem saída devido à falta de conhecimentos na língua de "nuestros hermanos".

Sendo um verdadeiro crente no serviço público, o Homem Duplicado publica um guia fácil ensinando a falar um espanhol perfeito em 3 lições.

Essencialmente, o candidato deverá falar português normalmente, assegurando-se no entanto que segue estas fáceis regras:

- Falar com voz anasalada
- Chamar "Tio", "Tia", "Chico" e "Chica" a tudo o que mexe
- Colocar "de la" no meio das frases

Ex (lido com voz anasalada):

"Tio, isso fica muito longe de la casa!"

terça-feira, janeiro 02, 2007

Ano novo, e tudo na mesma...

Seja por que motivo for, está socialmente definido que o ano novo deverá ser encarado como um recomeço para tudo aquilo que correu menos bem até às 24 horas do dia 31 de Dezembro do ano em questão. Como tal, é comum ouvir-se em conversas soltas e suspiros sentidos os desejos e esperanças que cada um gostaria de obter neste novo período da sua vida.

Estudioso que sou do comportamento daqueles que me são alheios (eufemismo para cuscuvilheiro), folheei sofregamente os jornais do dia 30 em busca dos costumeiros pedidos de opinião que os jornalistas tendem a colocar aos primeiros 5 peões que virem nesse dia. A pergunta em questão era obviamente: Quais são os seus desejos para o ano que aproxima?

Entre os respondentes, houve um que me chamou a atenção em particular, isto porque ele muito entusiasticamente afirmou (qual ovinho Kinder) que só queria 3 coisas no próximo ano:

1. Ganhar o Euromilhões
2. Paz e amor para todos
3. Que o Benfica seja campeão


À primeira vista quem leu até este ponto estará capaz de afirmar que 6/10 dos portugueses pediram algo parecido, e os outros 4/10 concordam pelo menos com os dois primeiros pontos.

É verdade, tudo normal, não fosse o facto de este simpático cidadão estar actualmente desempregado... É bom ver que as suas prioridades estão bem definidas...